Nesta mesma época do ano passado o Litoral do Paraná começava o que seria um dos maiores registros de acidentes envolvendo banhistas e águas-vivas. Ao final da temporada foram quase 21 mil veranistas com queimaduras pelo contato com o animal. Neste ano o quadro pode não se repetir, mas ainda é preocupante. Do início da Operação Verão, no dia 20 de dezembro de 2012, até este final de semana, já eram registrados 340 casos. Como comparação, no mesmo período da temporada passada eram 561 casos que depois se transformaram em 20.473.
Os números de acidentes até o momento chamam mais a atenção se comparados aos números de temporadas anteriores a 2011/2012, ano do grande surto. Na temporada de 2010/2011 o total ao final da Operação Verão foi de 541 casos. Na de 2009/2010 apenas 241 acidentes com registros. Nas temporadas 2008/2009 e 2007/2008 os registros ficaram na casa das 300 ocorrências.

Até ontem a maioria dos acidentes ocorreram em balenários de Matinhos — foram 163  registros. Guaratuba tinha 88 notificações e Pontal do Paraná 86. Antonina apresentava três ocorrências com registro até este final de semana. Na temporada passada inteira Matinhos também apresentou os principais registros, com um total de 9.817 acidentes, seguido de Guaratuba (6.740) e Pontal do Paraná (3.848).

Semana — Outro dado que chama a atenção é que em menos de uma semana, os acidentes no Litoral dobraram de quantidade. No dia 8 de janeiro deste ano eram computados 170 casos de queimaduras por águas-vivas. No ano passado o surto começou a tomar forma exatamente nos primeiros dias do ano.

Um estudo sobre o surto de acidentes com águas-vivas registrado na orla paranaense no verão passado mostrou que os animais foram trazidos por correntes marítimas, concentrando-se em grande número na costa, e sua dispersão aconteceria de forma natural, de acordo com o regime de novas correntes e ventos. 

De acordo com os especialistas, o grande número de acidentes não indicou aumento no número de águas-vivas, já que a presença deste tipo de animal marinho é permanente em toda a costa brasileira. O que houve foi uma concentração de águas-vivas nas praias, justamente num período em que é grande o número de pessoas no Litoral. A Secretaria de Estado da Saúde montou um grupo de estudos para acompanhar o problema.