AEROPORTO AFONSO PENA
AEROPORTO AFONSO PENA. Foto: Franklin de Freitas

O fim da emergência sanitária provocada pela Covid-19 marcou também a retomada da movimentação turística no Paraná. Entre 2020 e 2021, anos muito marcados pela pandemia, o número de viagens realizadas pelos paranaenses caiu de 947 mil para 774 mil. Já em 2023, esse total saltou para 1,36 milhão, um aumento de 76%, incluindo as viagens nacionais e internacionais. É o que revelam dados do módulo Turismo da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A proporção de domicílios em que pelo menos um morador declarou ter viajado no período de referência da pesquisa aumentou de 14,5% em 2021 para 22,7% em 2023. Isso significa que em 977 mil domicílios paranaenses algum morador viajou nos três meses que antecederam a entrevista da pesquisa.

“Os dados de 2020 e 2021, quando comparados a 2023, mostram os efeitos que a pandemia de Covid-19 teve sobre os resultados do turismo no Brasil”, destaca o analista da pesquisa, William Kratochwill.

No ano passado, 83,7% das viagens feitas pelos paranaenses foram realizadas por finalidade pessoal e 16,3% por finalidade profissional. O lazer foi o principal motivo apontado para a realização de viagens pessoais, representando 39,9%. Em seguida seguido vem visita ou evento de familiares e amigos (33,4%), e tratamento de saúde ou consulta médica (19,3%). Já a categoria outro (com 7,4%) inclui os deslocamentos para compras pessoais, cursos e peregrinação religiosa, por exemplo.

Em relação a 2021, houve aumento expressivo na proporção de viagens a lazer (de 30% para 39,9%, saltando de 194 mil registros para 455 mil).

“Houve uma mudança no principal motivo para esse tipo de viagem. Durante a pandemia, as pessoas viajavam para visitar amigos e parentes e, após esse período, cresceu a busca pelo lazer”, ressalta o pesquisador.

Paraná é o sexto principal destino em viagens nacionais

O levantamento do IBGE revela ainda quais as unidades da federação mais visitadas pelos brasileiros. Em 2023, foram registradas 20,42 milhões de viagens nacionais, e o Paraná foi o sexto principal destino. Ao todo, 1,148 milhão de viagens no país tiveram o estado como principal unidade da federação de destino, o equivalente a 5,6% do total.

Apenas São Paulo (com 23,6% ou 4,82 milhões de viagens), Minas Gerais (com 10,5% ou 2,15 milhões), Bahia (com 9,2% ou 1,89 milhão), Rio de Janeiro (com 7,1% ou 1,44 milhão), e Rio Grande do Sul (com 6,7% ou 1,37 milhão) receberam mais turistas brasileiros que o Paraná.

Uso do carro cai, mas ainda é o principal meio de transporte

A participação do carro como meio de transporte mais utilizado para viagens recuou entre os paranaenses. Ainda assim, o uso de veículo particular ou de empresa segue sendo o principal meio de locomoção. Já os deslocamentos de moto também tiveram importante redução, enquanto o uso de avião e ônibus tornou-se mais frequente.

Em 2021, 69% das viagens feitas pelos paranaenses utilizaram carro particular ou de empresa. Em 2023, esse porcentual já foi de 60,7%. Ainda assim, o Paraná é o quarto estado com mais viagens feitas de carro (proporcionalmente). Fica atrás somente de Rio Grande do Sul (65,5%), Santa Catarina (64,9%), Goiás (63,5%) e Mato Grosso do Sul (61%).

Já a motocicleta, que havia sido usada em 2,5% das viagens três anos atrás, agora viu sua participação cair para 0,6%. É o quarto estado com menos viagens sob duas rodas, atrás apenas do Amapá (0%), do Distrito Federal (0,3%) e de São Paulo (0,4%).

O uso do avião, por sua vez, foi registrado em 11,9% dos deslocamentos (acima dos 6,5% anotados em 2021). Já o uso de ônibus de linha e de ônibus de excursão, fretado ou turismo cresceu (de 7% para 9% e de 3,6% para 7,8%). Além disso, 1,9% das viagens foram feitas com van ou perueiro (ante 0,9% em 2021) e a utilização de outros meios de transporte recuou (de 10,5% para 8,1%).

Os principais locais de hospedagem e os motivos para não se ter viajado

Na maioria das viagens que fizeram (39,6% do total), os paranaenses se hospedarem na casa de amigos ou parentes. A proporção, no entanto, é menor do que a verificada em 2021 (42,3%). Também houve queda na utilização de imóvel próprio (de 3,6% para 2,5%), de pousadas (de 3,7% para 3,4%) ou de outras formas de hospedagem (de 29,8% para 27,2%). Por outro lado, houve aumento na proporção de paranaenses se hospedando em hotéis, resorts ou flats (de 17,7% para 22,4%) e em imóveis por temporada ou AirBnB (de 2,9% para 4,9%).

Finalmente, entre os 3,32 milhões de domicílios em que nenhum morador havia viajado, o principal empecilho apontado (por 35,4% dos entrevistados) foi não ter dinheiro. A falta de tempo (23,1%) aparece na sequência, enquanto 16,5% alegaram simplesmente não ter necessidade de viajar, 8,7% apontou a falta de interesse, 7,8% disse que viajar não era uma prioridade, 5% acusou problemas de saúde como o principal empecilho e outros 3,6% apresentaram alegações diversas.