Arquivo/PMPR

Com cerca de 100 quilômetros de faixa litorânea, o Paraná possui cenários diferenciados que atraem cada vez mais banhistas quando há calor, sem falar das áreas de praias de água doce. Proteger essa extensão de areia não é tarefa fácil para os guarda-vidas, por isso eles adotam diversas formas de prevenção e orientação à população durante o seu banho de mar. Nesse sentido, as bandeiras de orientação, são um dos recursos mais utilizados para alertar as pessoas sobre as condições da água e do clima e riscos, a fim de evitar incidentes.

São utilizadas seis bandeiras (vermelho sobre amarelo, preta, verde, amarela, vermelho e duplo vermelho) as quais possuem significados distintos. As bandeiras ou windbanners mais importantes para os banhistas são as que possuem as cores vermelho sobre amarelo (as duas cores na mesma bandeira), que sinalizam a área protegida por Guarda-Vidas. Elas ficam dispostas numa área de 300 metros, 150 metros para cada lado do Posto Guarda-Vidas.

A principal recomendação dos bombeiros é que os banhistas frequentem somente a área entre essas bandeiras, pois esta é a área indicada para se tomar banho de mar ou rio naquele momento e conta com as condições necessárias para um atendimento rápido em caso de alguma emergência. Os Guarda-Vidas ficam de prontidão e também patrulham o local para prestar orientações e fazer advertências ao constatarem algum comportamento perigoso.

Existem ainda as bandeiras quem sinalizam a situação do clima e os riscos na água. A bandeira verde significa que naquele ponto as condições para banho são boas e o risco de incidentes é mínimo; já a bandeira amarela indica que o local possui fatores de risco ao banhista, como ondas mais fortes, correntes e outras condições que podem ocasionar acidentes; a bandeira vermelha aponta que o local não é adequado para banho e, portanto, oferece alto risco de afogamentos.

Uma das bandeiras que as pessoas mais precisam atentar-se é a de cor preta. Ela indica que naquela área não há um Posto de Guarda-Vidas, portanto, não possui um profissional destacado, isso porque é um local que não é indicado para o banho. Em caso de qualquer incidente na água, neste ponto, a chegada do socorro pode não ser imediata e o tempo de sobrevida da vítima é prejudicado.

Há ainda a bandeira duplo vermelha (duas bandeiras vermelhas em um mastro só), que significa praia interditada devido a fatores de segurança como chuva forte, ressaca, raios, entre outras situações. Quando essa bandeira é colocada, todas as outras são retiradas para garantir a segurança de todos, ou seja, a praia não pode ser usada. O Corpo de Bombeiros utiliza ainda a placa de Perigo (metal), fixada nos locais onde o risco de afogamento é grande e o banhista não deve entrar no mar, em hipótese alguma, naquele ponto.

Segundo o coronel Gelson Marcelo Jahnke, que está respondendo pelo Comando do Corpo de Bombeiros, entender o que são as bandeiras de orientação do Corpo de Bombeiros e seus significados é essencial para evitar afogamentos e outros acidentes. Elas são baseadas numa padronização internacional de cores e significados, permitindo que pessoas de diferentes regiões do Brasil e de outros países tenham a mesma interpretação e entendimento apenas ao verificar a cor da bandeira na areia. Esse tipo de linguagem facilita a compreensão até mesmo de pessoas que possuam alguma dificuldade de comunicação, para que também saibam os riscos.

“O respeito à sinalização das bandeiras é fundamental, principalmente à bandeira preta, onde não há proteção dos serviços de guarda-vidas. Além das guarnições dos nossos bombeiros, no litoral nós também temos o apoio da aeronave do Batalhão de Operações Áreas (BPMOA) para reforçar a fiscalização, principalmente onde não contaremos com os postos de guarda-vidas neste período”, destacou o coronel Marcelo. “Na região noroeste também estamos com reforço de guarda-vidas e sinalização de bandeiras”, completa.

“As pessoas que frequentarem o litoral ou as regiões do Oeste, Noroeste, neste feriado como por exemplo Porto Rico, estão percebendo a presença de guarda-vidas e, próximo aos postos e na região toda onde é possível se banhar há sinalizações feitas com bandeiras”, disse o chefe da comunicação social do Corpo de Bombeiros, major Eduardo Pinheiro.

Seguir as indicações das bandeiras tem um grande efeito na prevenção, avalia o major Pinheiro. Com a atitude consciente do cidadão de estar somente nos locais entre as bandeiras vermelho sobre amarelo (as duas cores na mesma bandeira), onde está o Posto Guarda-Vidas, as chances de alguma emergência são praticamente nulas, já que são locais delimitados pelos profissionais com toda a segurança necessária.

“Cada bandeira tem seu significado e, por isso, o banhista deve sempre estar próximo ao posto deve perguntar aos guarda-vidas para poder ter a leitura do risco ao qual estará se expondo caso entre no mar”, explica o major.

As bandeiras são instaladas logo cedo, quando os guarda-vidas assumem o serviço e preparam o Posto Guarda-Vidas para o dia de trabalho. Elas são dispostas pelos profissionais com base num estudo que considera análises em campo dos pontos de risco, condições metereológicas e outros fatores importantes para a segurança dos banhistas. As bandeiras podem sofrer alterações de local ao longo do dia, e somente o guarda-vidas tem a habilitação necessária para fazer as modificações e orientações às pessoas que estiverem na praia.