Caminhoneiros mantêm bloqueios durante o fim de semana

Ontem, a manifestação da categoria chegou até o Contorno Sul, que teve fila de quatro quilômetros pela manhã

Redação Bem Paraná

Os caminhoneiros mantiveram, durante o final de semana, as manifestações nas rodovias paranaenses iniciadas no meio da semana passada. Ontem, houve bloqueios na pista Norte do Contorno Sul de Curitiba, sentido a São Paulo. No sábado, as manifestações se concentraram em rodovias estaduais no Oeste, Sudoeste e Norte do Estado.
Conforme a Concessionária Autopista Litoral Sul, houve bloqueio no km 93 do Contorno durante parte da manhã. O protesto provocou cerca e quatro quilômetros de filas. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) acompanhou o protesto dos caminhoneiros para evitar maioroes transtornos. Equipes da Concessionária orientavam os motoristas até o fim do protesto, que durou pouco mais de dez minutos.
As manifestações são lideradas pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro, que alega que as exigências impostas pela lei que regula o tempo de trabalho da categoria são inviáveis por falta de infraestrutura nas estradas. Sancionada em abril deste ano, a lei tornou obrigatório, desde o final de junho, o controle de jornada de todos os motoristas que trabalham no transporte rodoviário de cargas e passageiros.

Conforme a nova legislação, os motoristas devem fazer uma jornada de trabalho de oito horas diárias, com no máximo duas horas extras, além de uma pausa de trinta minutos a cada quatro horas trabalhadas. A lei alterou artigos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e do Código de Trânsito Brasileiro. Os profissionais que não cumprirem as regras poderão ser multados pela Polícia Rodoviária Federal.

Entre as reivindicações do Movimento está o adiamento por um ano da vigência da Lei Federal 12.619. Na sexta-feira, Dirigentes de duas confederações nacionais de trabalhadores da área de transporte afirmavam que as manifestações de caminhoneiros em rodovias brasileiras, iniciadas na quarta-feira, têm a participação direta de empresários, o que indicaria a ocorrência de locaute (greve patronal).

Uma das entidades pretendia denunciar essas empresas ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e à Justiça. Elas estão iludindo os trabalhadores, querem manter o status de antes, com os motoristas rodando de 15 a 20 horas por dia, morrendo e se drogando para se manter ao volante. Locaute é crime.
No Paraná, entidades ligadas a sindicatos de trabalhadores e patrões também condenavam o movimento.
Estaduais — No sábado, o movimento fez bloqueios nas PRs 151 (Sul), 182 (Oeste), 218 (Norte) e também em outro trecho da 182, agora no Sudoeste do Estado. A mobilização da categoria, porém, é condenada por algumas centrais sindicais.
No meio da tarde de sábado eles bloqueavam um trecho da PR-151, em São Mateus do Sul. Mas ao longo do dia, foram diversos pontos de bloqueio, como o na PR-182, entre Toledo e Assis Chateaubriand (Oeste), na PR-218, no Trevo de acesso a Arapongas (Norte), de novo na PR-182, em Realeza (Sudoeste). Na manhã de sábado houve protesto na PR-323, em Paiçandu (Norte), na PR-151, em Ventania (Campos Gerais). Os bloqueios visavam parar caminhões que trafegavam por estas rodovias. Não houve incidentes até o final da tarde deste sábado.