Câncer sobe no ranking e aparece como 2ª causa de mortes no Paraná: esta sexta-feira é o Dia Sem Tabaco

De 2019 a 2023, foram 76.266 óbitos em decorrência de neoplasias no Paraná; estimativa do INCA aponta para 36,9 mil casos novos por ano no Estado

Redação Bem Paraná
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Tabaco está ligado a vários tipos de câncer e outras doenças (Marcelo Camargo/ABr)

Esta sexta-feira, dia 31 de maio, é comemorado o Dia Mundial sem Tabaco. A prática de fumar está ligada diretamente à saúde. O hábito está ligado a diversas doenças, a maioria evitáveis, como os enfisemas e cânceres.

No caso do câncer, a doença como um todo deu um salto no Paraná. Se até alguns anos atrás era a terceira causa de morte no Estado, agora já é a segunda causa, atrás apenas dos casos cardiovasculares.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), o câncer é a segunda maior causa de mortalidade no Estado, com um aumento de óbitos por neoplasias malignas de 128,2 para 138,95, por 100 mil habitantes, entre 2019 e 2023.

Neste período, 76.266 pessoas morreram de câncer no Paraná, sendo a maior parte (34,2%) com neoplasias malignas em órgãos digestivos, 15,4% aparelho respiratório, 7,2% mama e 7,1% genitais masculinos.

O Instituto Nacional do Câncer (Inca) divulgou ainda em 2023, um estudo que estimava que o estado do Paraná deve registrar 36.900 novos casos de câncer, anualmente, no triênio de 2023 a 2025, totalizando mais de 110 mil ocorrências. A projeção faz parte de estudo Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil.

Em todo o país, espera-se que surjam 704 mil novos casos para cada ano do período. Desse total, 70% estão previstos para as regiões sul e sudeste.

A estimativa é a principal ferramenta de planejamento e gestão na área oncológica no Brasil, fornecendo informações fundamentais para a definição de políticas públicas.

O estudo do Inca projeta que as três principais causas de câncer no estado do Paraná sejam: 3.650 casos de câncer de mama feminina; 3.430 casos de câncer de próstata; 2.560 casos de câncer do cólon e reto.

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) aprovou em meados deste mês uma atualização do Plano Estadual de Atenção para Diagnóstico e Tratamento do Câncer em uma reunião da Comissão Intergestores Bipartite do Paraná (CIB/PR).

O documento está em sua fase final de elaboração e será amplamente divulgado e utilizado para nortear ações e serviços de saúde nos atendimentos de oncologia, cronograma de metas e indicadores, monitoramento e avaliação da doença, visto que a última edição do plano foi publicada em 2016.

Dentro das estratégias da Sesa, destaca-se o ofício enviado ao Ministério da Saúde em dezembro do ano passado solicitando recomposição de teto financeiro para execução de serviços contratados nesta área.

No documento a Secretaria apontou que em 2021 foram investidos R$ 299,3 milhões em procedimentos e em 2022 mais R$ 375,8 milhões, sendo que o governo federal custeou apenas R$ 175,3 milhões por ano, acarretando num déficit de R$ 124 milhões em 2021 e R$ 200,4 milhões em 2022.

A demanda da Sesa então resultou em um repasse inédito de R$ 321,4 milhões enviado pelo governo federal

Campanha contra o fumo em Curitiba inclui o cigarro eletrônico

Em alusão ao Dia Mundial sem Tabaco, a Prefeitura de Curitiba lançou uma nova campanha educativa sobre a lei municipal antifumo (13.254/2009), atualizada recentemente, no final de 2023, ao incluir no texto do dispositivo legal a proibição também do uso de cigarros eletrônicos em recintos de uso coletivo, seja público ou privado.

O objetivo da alteração no texto foi o de dissipar eventuais dúvidas sobre o uso dos DEFs, como são chamados tecnicamente os dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos popularmente como cigarro eletrônico, vaper, pod, e-cigarette, entre outros nomes comerciais.

“Os DEFs não foram autorizados pela Anvisa. Sabe-se que esses dispositivos fazem tão mal quanto o cigarro tradicional, com o agravante de elevar o consumo de nicotina entre os usuários, uma vez que não costumam ter cheiro ou sabor desagradável”, explica a secretária municipal da Saúde de Curitiba, Beatriz Battistella.

“Diante desta nova realidade dos cigarros eletrônicos e da ampliação da lei municipal antifumo, entendemos que esse é um momento de retomar o assunto com a população, fazendo um novo alerta sobre os malefícios destes dispositivos”, disse a secretária municipal da Comunicação, Cinthia Genguini.

A campanha, que conta com recursos de emenda do vereador Tico Kuzma, estará em painéis digitais, TVs do ônibus e em cartazes, adesivos e flyers, que serão distribuídos durante as ações educativas que serão realizadas pelos distritos sanitários na semana que vem.

A oferta de apoio aos fumantes para largar o cigarro, um programa da Saúde de Curitiba, é uma das estratégias essenciais para o combate ao tabagismo na Capital. Integrada a outras ações, os efeitos são notórios: em dez anos (entre 2011 e 2021), 132 mil curitibanos deixaram de fumar.

Em 2011, um total de 20,2% da população da cidade fumava. Em 2021, essa porcentagem caiu para 11,3%, segundo levantamentos do Vigitel – pesquisa anual realizada desde 2006 pelo Ministério da Saúde para verificar os hábitos de saúde do brasileiro.

Ministério da saúde
Vacinas

O Ministério da Saúde anunciou, na quarta-feira, a distribuição de quase 1 milhão de doses da quinta remessa de vacinas da dengue, sendo 656.172 doses de reforço e 335.200 doses de ampliação. Com essa nova entrega, mais 405 municípios foram contemplados, totalizando 1.735 que estarão vacinando adolescentes de 10 a 14 anos de idade.

Para ter proteção completa contra casos graves e hospitalizações por dengue, são necessárias duas doses do imunizante incorporado no SUS. A pasta garante a entrega das duas doses para todos os municípios contemplados na estratégia de vacinação.

Devido à capacidade de produção do laboratório, as doses estão sendo entregues em parcelas. Com a quinta remessa, serão 3.659.851 doses distribuídas aos estados e municípios. Até 28 de maio, 1.122.339 doses já foram aplicadas.

O Ministério da Saúde alerta ainda que o controle da dengue é um esforço coletivo. Com 10 minutos por semana, é possível eliminar os criadouros e evitar água parada. E isso deve ser feito durante todo o ano, mesmo fora do período de maior número de casos.