caminhada do meio dia
Caminhada de 2023 reuniu 2 mil pessoas em Curitiba (Hully Paiva/SMCS)

No dia 22 de julho, Dia Estadual de Combate ao Feminicídio, acontecem caminhadas em dezenas de municípios paranaenses para marcar a data. A segunda edição da Caminhada do Meio-Dia faz faz parte da programação da Campanha Paraná Unido no Combate ao Feminicídio. Em 2023, mais de 70 cidades fizeram a caminhada no Estado.

O evento foi discutido pela Bancada Feminina da Assembleia Legislativa do Paraná com a deputada federal licenciada Leandre Dal Ponte, Secretária Estadual da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), durante reunião que aconteceu na terça-feira (2) passada, quando foi destacada a importância desse ato em memória das vítimas, em solidariedade aos seus familiares e pela vida das mulheres.

“O Paraná está entre os três estados que mais mata mulheres no Brasil”, lamentou a secretária, externando sua preocupação em relação ao cenário de violência contra a mulher, com denúncias diárias, que ainda persiste no estado.

Destacou, porém, que as paranaenses hoje estão se sentido mais encorajadas a registrar as ocorrências, o que justificaria o elevado número de notificações. Elas também contam com uma rede de apoio que está constantemente sendo aprimorada.

De acordo com Leandre, é de vital importância o engajamento de todos nesta ação, especialmente das deputadas estaduais, que hoje formam a maior bancada de mulheres da história do Parlamento estadual.

“Queremos mobilizar o maior número possível de cidades para que aconteça essa caminhada, silenciosa, em memória das vítimas e como forma de conscientização”, frisou.

O Dia Estadual de Combate ao Feminicídio foi criado através da Lei 19.873/2019, de autoria da deputada estadual Cristina Silvestri (PSDB). A data de 22 de julho foi escolhida em referência à morte da advogada Tatiane Spitzner, de Guarapuava.

Tatiane foi morta pelo marido em 2018, ao ser jogada da sacada do apartamento no qual o casal morava. Luiz Felipe Manvailer foi condenado a mais de 30 anos de prisão pelo crime. Essa lei tem como objetivo incentivar e unificar ações de combate em um “Dia D”, quando órgãos públicos, entidades, associações, lideranças políticas e sociedade civil organizada centralizam o discurso em uma única pauta: a necessidade de interromper o ciclo da violência doméstica e evitar feminicídios.

Caminhada contra o feminicído na Capital será no Centro de Curitiba

A iniciativa da segunda edição da Caminhada do Meio-Dia é da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa. Na Capital do estado o ato acontecerá no dia 22 (segunda-feira), ao meio-dia, saindo da Praça Santos Andrade, percorrendo a Rua XV de Novembro, em direção à Praça Osório. A concentração iniciará às 11h30. Há a ideia de promover uma grande badalada dos sinos das igrejas espalhadas por todo o Paraná, neste horário, com a participação todas as paróquias, chamando a atenção da sociedade para essa grave situação de violência. Isto porque a caminhada será realizada, simultaneamente, em outras cidades do estado.

Durante a reunião, as parlamentares lembraram que todos estão convidados: homens, mulheres, crianças, autoridades, representantes da sociedade civil organizada e lideranças, para se unirem em memória das vítimas de feminicídio em todo o Paraná. Serão exibidos cartazes, balões e faixas, pedindo a conscientização da população na luta, e não acontecerão pronunciamentos.

A secretária Leandre Dal Ponte espera que a ação este ano conte com mais pessoas engajadas na causa. “Ano passado o evento foi um sucesso, com a participação expressiva do Governo do Estado e da população, além dos mais de 70 municípios que aderiram à ação”, observou. A 2ª Caminhada do Meio Dia já conta com o apoio de outras Secretarias do Governo do Estado do Paraná, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), de clubes de serviço, como o Lions e o Rotary, de instituições religiosas, e de entidades da sociedade civil, como o Conselho Estadual da Mulher.

Participaram da reunião, além de Leandre Dal Ponte e Mabel Canto, as deputadas Luciana Rafagnin (PT), Ana Júlia (PT), Márcia Huçulak (PSD), Cristina Silvestri (PSDB), Marli Paulino (Solidariedade); Flávia Francischini (União), Maria Victoria (PP), 2ª secretária da Assembleia; Cloara Pinheiro (PSD), Procuradora Especial da Mulher da Assembleia; e Mara Lima (Republicanos), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.