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(Foto: Freepik)

Curitiba confirmou a morte de um bebê de três meses por coqueluche. Segundo a Secretaria Municipal de Curitiba. O bebê prematuro extremo (nascido com 27 semanas de gestação) apresentava comorbidades importantes e foi a óbito no último domingo (18/8), no hospital em que estava internado. Exames laboratoriais confirmaram a causa somente no dia 22. É a segunda morte por coqueluche confirmada no Paraná neste ano. A primeira foi de um bebê de seis meses, em Londrina. O principal fator de risco para o desenvolvimento da enfermidade é a falta de vacina.

A capital paranaense registra 92 casos de coqueluche em 2024 – em 2023 não haviam sido registrados casos da doença, de acordo com informações da secretaria.

O Paraná já confirmou 223 casos de coqueluche neste ano, de acordo com informações divulgadas da Secretaria Estadual da Saúde. Somente em Curitiba e Região Metropolitana foram confirmados 131 casos até o momento.

A maioria das ocorrências, 82 no total, está concentrada em crianças na faixa etária entre 0 a 11 anos, mas também há grande incidência da doença em crianças e jovens entre 12 a 18 anos, com 56 casos. Em 2023, em todo o Paraná, foram registrados apenas 17 casos de coqueluche.

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Vacina para coqueluche

A vacina contra a coqueluche também está disponível nas unidades de saúde de Curitiba. A vacina dTpa está sendo ofertada em caráter excepcional a todos os trabalhadores de estabelecimentos públicos e privado que atuam em berçários e creches com atendimento de crianças até 4 anos de idade.

Sendo elegível para vacinação, o trabalhador deverá comparecer a um ponto de vacinação, munido de documento pessoal com foto e algum comprovante da vinculação com esse perfil de atendimento.

O reforço na imunização daqueles que trabalham com crianças pequenas é uma estratégia para proteger esta faixa etária, que é mais suscetível. No adulto, muitas vezes, a coqueluche é assintomática, podendo ser confundida com um resfriado, pois apresenta pequena alteração febril e tosse seca.

Nas crianças, o esquema vacinal é realizado com a vacina pentavalente, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e infecções causadas pela bactéria H. influenzae tipo B, com três doses, aplicadas aos 2, 4 e 6 meses de idade. O reforço é aplicado com a vacina DTP, versão do imunizante contra difteria, tétano e coqueluche, aplicada aos 15 meses e outra dose aos 4 anos.

Os casos de coqueluche tiveram um aumento de mais de 500% no Paraná, em 2024, na comparação com o mesmo período epidemiológico de 2023. As crianças com menos de um ano de idade têm sido as principais vítimas fatais, além de serem o grupo em que há o maior registro de complicações causadas pela doença.

Como a coqueluche se desenvolve

O alerta, emitido no dia 1º de agosto pela Secretaria de Saúde do Paraná (SESA), detalha como a doença evolui:

Fase Catarral: início das manifestações com sintomas respiratórios, como coriza e tosse seca e demais manifestações, como febre pouco intensa, mal-estar geral de leve intensidade, com duração de 1 a 2 semanas. Os acessos de tosse aumentam gradualmente.

Fase Paroxística: a febre pode estar ausente ou ser baixa. A manifestação típica é a tosse seca em paroxismos, caracterizado pela crise súbita de tosse rápida e curta, que atrapalha a inspiração e pode fazer com que o paciente tenha protusão da língua, congestão facial e, eventualmente, cianose que pode ser seguida de apneia e vômitos.

Duração de geralmente 2 a 6 semanas, com piora do quadro nas primeiras semanas e após diminuição gradativa. É nessa fase que as principais complicações podem acontecer, principalmente nas crianças.

Fase de Convalescença: a tosse passa a ser comum com duração de 2 a 6 semanas.

Como se prevenir?


A principal forma de prevenção é a vacinação, que acontece nos primeiros meses de vida. A vacina tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche, é ofertada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ao todo, são três doses: aos 2, aos 4 e aos 6 meses de idade. Depois, um reforço aos 15 meses e um aos 4 anos.

Também há a vacinação direcionada às gestantes, a partir da 20ª semana, ou nos primeiros 45 dias pós-parto. A imunização evita o contágio ao recém-nascido, com a transferência de anticorpos ao feto, protegendo o bebê nos primeiros meses de vida, até que possa ser imunizado.