afogamentos
Em ano mais quente, casos de afogamento sobem no Paraná e acendem alerta (Franklin de Freitas)

Os dias de calor estão se tornando uma marca do ano de 2024 no Paraná. E para o Corpo de Bombeiros, a elevação da temperatura também tem significado mais trabalho. Isso porque, com os dias quentes, mais pessoas acabam buscando aliviar a “fervura” em rios, lagos, praias, piscinas e açudes. Porém, uma combinação de fatores, como o consumo de bebida alcoólica, não saber nadar, a correnteza dos rios, pedras e profundidades, podem ocasionar o afogamento dos banhistas. Um tipo de ocorrência, inclusive, que registra alta expressiva neste ano.

Segundo dados oficiais, extraídos do Sistema de Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM), desde o começo do ano até ontem um total de 888 incidentes com pessoas em meio líquido (afogamentos) foram registrados em todo o estado. Para se ter uma dimensão do que isso representa, o número é 29,4% superior aos 686 registros do mesmo período de 2023 e também supera as ocorrências registradas no mesmo intervalo de tempo de 2022 (620), 2021 (481) e 2020 (482).

52 óbitos em 2024. Pai e filho são as vítimas mais recentes

Além disso, as informações do SYSBM também apontam que 52 pessoas já faleceram neste ano em decorrência de afogamentos. O caso mais recente envolve um pai e um filho, que estavam pescando num bote no Rio Tibagi, em Tibagi, nos Campos Gerais do Paraná. Seus corpos, que estavam desaparecidos desde a última sexta-feira (30 de agosto), foram encontrados na terça (3 de setembro) e na quarta (4) pelos bombeiros, após dias de busca.

A dupla, acompanhada de um outro homem (chamado Wilson) e um cachorro, estava numa pousada e saiu para pescar ainda durante a manhã de sexta. Na parte da tarde, contudo, a embarcação em que eles estavam começou a afundar. Wilson sobreviveu por estar com colete salva-vidas e por se segurar numa caixa de isopor, que o permitiu ficar boiando até às 22 horas, quando foi resgatado e atendido pelo Samu. Já na manhã de sábado, o cachorro dos pescadores foi encontrado com vida. Pai e filho, no entanto, não tiveram a mesma sorte.

Prevenção

Em caso de afogamentos e emergências, deve-se acionar imediatamente o Corpo de Bombeiros (193) ou a Defesa Civil (199). Os bombeiros, inclusive, destacam que o conhecimento das instruções sobre segurança em rios, cachoeiras, praias e piscinas é fundamental para garantir um verão tranquilo e prevenir incidentes.

Nas praias, atentar-se para banhos apenas em áreas protegidas por guarda-vidas, que podem ser identificadas pelas bandeiras de cor vermelha sobre amarelo. Também é importante respeitar a sinalização, as bandeiras e orientações dos guarda-vidas, evitando entrar no mar próximo a pedras, estacas e píeres. Fundamental também que os banhistas procurem entrar no mar sempre acompanhados, que mantenham a supervisão constante sobre crianças e evitem consumir bebidas alcoólicas antes de nadar.

No caso de outras fontes de água, os cuidados se mantêm. Em piscinas, é preciso instalar grades de proteção ao redor para que as crianças não caiam na água e quando a piscina estiver sendo usada o filtro deve permanecer desligado para evitar a sucção de cabelos. Em rios, é desaconselhável saltar de cabeça, especialmente em locais em que não se conhece a profundidade e a presença de pedras. Assim como na praia, dispositivos flutuantes (boias de braço e de cintura, colchões infláveis, câmaras de ar, pranchas) não devem ser utilizados, pois estão sujeitos a ação de correntezas que podem levar o banhista para áreas mais profundas.

Ocorrências e óbitos por afogamento no Paraná

Ocorrências de afogamento no Paraná
(entre 1º de janeiro e 4 de setembro de cada ano)

2024: 888
2023: 686
2022: 620
2021: 481
2020: 482

Óbitos por afogamento no Paraná
(entre 1º de janeiro e 4 de setembro de cada ano)

2024: 52
2023: 52
2022: 57
2021: 54
2020: 45

Fonte: Sistema de Estatística de Ocorrências do Corpo de Bombeiros do Paraná (SYSBM)