Dicas de Matemática, Linguagem, Códigos e suas tecnologias para o Enem

As provas do Enem acontecem nos dias 03 e 04 de novembro

Redação Bem Paraná com assessoria

Depois de abordar possíveis temas para as provas de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, a terceira reportagem da série Por dentro do Enem irá discutir as áreas de Matemática e Linguagem. Assim como nas edições anteriores, foram ouvidos professores do Colégio Aplicação João XXIII e do Curso Pré-Vestibular Comunitário da UFJF.

Esses conteúdos serão aplicados no segundo dia de provas, em 4 de novembro. O exame terá início às 13h e segue até 18h30. Neste dia, o prazo terá uma hora a mais por conta da redação. Entre as 45 questões da prova de linguagem há cinco delas sobre língua estrangeira. A prova contempla duas opções: inglês e espanhol. O candidato deverá responder a língua discriminada no momento da inscrição e que está informada no cartão de confirmação.

Na última segunda-feira,15, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibilizou em sua página os locais de prova.Os mais de 5,7 milhões de candidatos podem ter acesso ao comprovante informando o número do CPF e a senha cadastrada. Desde o dia 10 o cartão começou a ser enviado pelo correios. Caso o candidato não o receba ou não consiga imprimi-lo, deve entrar em contato com o Inep pelo telefone 0800 61 61 61.

As provas do Enem acontecem nos dias 3 e 4 de novembro. O exame é composto de 180 questões, 45 por conteúdo, e uma redação.

Matemática

Enquanto nos vestibulares convencionais matemática costuma ser o terror de muitos estudantes, no Enem a disciplina não assusta. É o que garantem as professoras Laura Pereira Aguiar, do Cursinho Popular, e Gislane Maria Rodrigues, do João XXIII.

Os principais tópicos cobrados, de acordo com as professoras, são: matemática financeira (juros, porcentagem, proporção) transformações de unidade e análise combinatória. Além das competências básicas, como análise de gráficos e tabelas. Porém as professoras advertem: a grande armadilha do Enem é o tempo.

É difícil cair questões muito aprofundadas ou temas de difícil aplicação, como geometria, por exemplo. Então a principal coisa que o aluno pode fazer para se preparar é simular o dia de prova. Pegar as provas anteriores e refazê-las dentro do tempo. O importante é adquirir raciocínio rápido, afirma Laura.

Gislane concorda e acrescenta não adianta se preparar pegando problemas difíceis dos livros de ensino médio. O Enem não cobra questões tão específicas. O ponto é procurar simulados da prova na internet e refazer os testes anteriores. O exame quer vencer o aluno pelo cansaço.

Pelos cálculos de Laura, o candidato não deve gastar mais de três minutos por questão. Não conseguindo resolver ou vendo que perderá muito tempo, o conselho é simples: vá para próxima. A professora também lembra que a teoria de resposta ao item (TRI), não favorece quem acerta por chute, ou quem acerta uma questão difícil isoladamente e erra as fáceis. Então não perca tempo com as complicadas, e máxima atenção para não errar as questões de nível fácil e intermediário.

Outra dica para ganhar tempo é ler antes as perguntas, tendo certeza da resposta, marque e siga para próxima. Em caso de dúvida, volte ao enunciado.

Linguagem

Como era de se esperar – afinal o Enem é bem conhecido por seus longos textos, incluindo nas provas de exatas – em Linguagens, Códigos e suas Tecnologias quem não tem costume de ler encontrará dificuldades, afirmam os professores Silvia Souza (do Cursinho Popular) e Miguel Zeloso de Araújo (do João XXIII).

Isso porque grande parte da prova é de interpretação de texto. Mas o candidato não deve se enganar, mesmo assim terá que estudar. Assuntos como orações coordenadas e subordinadas; figuras e funções da linguagem; e ortografia têm que estar na ponta da língua.

A prova tem mudado nos últimos anos, a parte semântica (interpretação de textos) permanece forte, contudo há uma cobrança maior por conteúdo. Há certos conhecimentos e habilidades que o aluno tem que trazer de casa. Em literatura, por exemplo, as características das fases e os traços definidores das escolas têm que ser do conhecimento do aluno. Além de conseguir identificá-los no texto e saber distingui-los. É preciso que ele tenha senso crítico, e isso só é possível com a prática da leitura, afirma Silvia.

De acordo com a professora, em literatura, o período mais cobrado é o Modernismo, principalmente os autores com cunho social, como Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. Neste grupo também estão incluídos os autores da Semana de 22, principalmente por seu rompimento com a tradição anterior. Dos clássicos da língua, Camões e Gregório de Matos também são recorrentes.

Na parte de português também é comum cair orações com sentidos ambíguos e o aluno ter de captar qual das alternativas tem significado mais adequado. Zeloso ensina alguns macetes para que o aluno não fique completamente perdido diante do texto. Em interpretação a primeira coisa a se perguntar é: o quê o autor quer com o texto? A prova costuma ser autoexplicativa neste ponto, ela informa qual a finalidade de um gênero, por exemplo.

Língua estrangeira

Na prova de Linguagem, códigos e suas tecnologias há cinco questões referentes a língua estrangeira. O candidato já escolheu, no momento da opção, qual a língua da sua preferência: inglês ou espanhol. Na dia do exame não é permitido mudar de opção.

Segundo o professor de inglês do Colégio João XXIII, Marco Aurélio de Sousa Mendes, tanto a prova de inglês quanto a de espanhol cobram apenas interpretação de texto. No geral são as questões abordam gêneros diferentes de texto: letra de música, anúncio, tira de jornal, notícias etc., e o que é cobrado do aluno é a compreensão do texto, qual assunto está sendo tratado.

Para ajudar o aluno, Marco Aurélio dá a seguinte dica: Fique atento à linguagem visual. Geralmente, as questões são recheadas de imagens que ajudam muito a apreender o significado e o tema dos textos.
Ainda de acordo com o professor, os alunos que não fizeram inglês em cursos especializados podem ficar tranquilos, pois o aluno que participou com empenho das aulas durante o ensino médio consegue fazer a prova com facilidade.