GINASTICA RITMICA
Aula de ginástica ritmica em Curitiba: estímulo olímpico (Fotos: Franklin de Freitas)

Os Jogos Olímpicos de Paris 2024 iniciaram no dia 26 de julho e finalizarão em 11 de agosto. O evento esportivo mundial tem o poder de inspirar pessoas de todas as idades a praticar esportes.
Um exemplo claro disso é o aumento significativo na procura por aulas de ginástica em Curitiba.


Esse “efeito olimpíada” acontece em anos de jogos olímpicos. O que muda, no entanto, são as modalidades “queridinhas”.

Na Olimpíada de 2021, por exemplo, houve um aumento expressivo na procura por aulas de skate. O esporte foi fortemente motivado pelas competições acirradas dos atletas skatistas, em especial a brasileira Rayssa Leal.

Neste ano, é possível perceber que um dos esportes mais aclamados tem sido a ginástica artística. Durante a Olimpíada, as performances de ginastas de renome mundial como Simone Biles e Rebeca Andrade encantaram espectadores do mundo inteiro.

Suas habilidades, equilíbrio e dedicação serviram de inspiração para muitos, especialmente crianças e adolescentes, que agora desejam seguir os passos das ginastas.

As competições de ginástica artística da Olimpíada 2024 renderam quatro medalhas para o Brasil, uma de ouro, duas de prata e três de bronze.

Em Curitiba, a procura por aulas de ginástica começou a aumentar após a primeira competição de ginástica artística dos Jogos, o salto por equipes. O desempenho das ginastas Rebeca Andrade, Júlia Soares, Flávia Saraiva, Lorrane Oliveira e Jade Barbosa encantou as crianças curitibanas e impulsionou até outras modalidades de ginástica.

A academia Get Flex, especializada em aulas de ginástica rítmica há 22 anos, costumava ofertar entre três e cinco aulas experimentais por semana. O cenário começou a mudar desde a primeira competição de ginástica artística na Olimpíada, e o número saltou para, em média, 12 aulas experimentais por semana.

“A representatividade da Rebeca foi espetacular. Motiva muito. Ontem mesmo, numa aula de 4 anos, as crianças já estavam com braços assim, sabe? [com o posicionamento da Rebeca] Essa representatividade e o fato também do Brasil poder chegar, porque eu, como estou há anos na ginástica, sempre via a Europa chegando, né?”, diz Graciella Nadal, proprietária da Get Flex. “E agora o Brasil está chegando, fomos muito bem na ginástica, com a Júlia, daqui de Curitiba. Isso motiva todo mundo”.

Escola tem 120 alunas, sendo que 17 estão em nível competitivo

A demanda na Get Flex, no bairro Xaxim, foi tanta que a proprietária teve de mudar as aulas para um espaço maior. A escola tem 120 alunas matriculadas, das quais 17 estão em nível competitivo.

A Get recebe alunas a partir de 4 anos e não há idade máxima. As alunas treinam de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h. As aulas têm três etapas: aquecimento, treino técnico e treino mental, o coach esportivo.

A escola trabalha a ginástica rítmica para todos, por meio da qual qualquer pessoa pode treinar, sem necessariamente participar de competições.

“É um trabalho de inclusão. Vestir um colan, participar de torneio, mesmo quando não tem nível. Todas podem. Nós já fomos, inclusive, para Finlândia, Áustria e Holanda com esse grupo”, explica Graciella.

As competições de ginástica rítmica dos Jogos de Paris terão início nesta quinta-feira, às 5h. A paranaense Bárbara Domingos é a única brasileira na etapa de qualificação.

A prática da ginástica traz inúmeros benefícios para os praticantes, especialmente para crianças e adolescentes. Além de melhorar a flexibilidade, força, coordenação motora e equilíbrio, a ginástica promove disciplina, concentração e autoconfiança.

Para muitos pais, inscrever seus filhos em aulas de ginástica é uma maneira de incentivar hábitos saudáveis desde cedo.

Além da procura por aulas de ginástica, outros esportes também já esperam um aumento na procura, como as escolas de vôlei e handebol, que estão otimistas por novas matrículas após o término da Olimpíada.

Esporte: diferenças entre ginástica artística e rítmica

As modalidades artística e rítmica exigem dedicação, treino intenso e uma combinação de habilidades físicas e artísticas. No entanto, cada uma tem especificidades. O estilo da ginástica artística está em seus movimentos acrobáticos e de força, ao passo que a rítmica apresenta movimentos coreografados com música.


Os aparelhos usados na ginástica artística são solo, cavalo com alças, argolas, salto, paralelas, barra fixa (masculino); solo, salto, barras assimétricas, trave (feminino). Na ginástica rítmica as ginastas utilizam aparelhos manuais, como fita, bola, arco, maças e corda.


A escolha entre uma ou outra geralmente depende das preferências pessoais do atleta e de suas habilidades, seja para a força e acrobacia ou para a expressão artística e sincronia.

Torneio


As alunas da Get Flex participarão do Torneio Regional Sul, em São José dos Pinhais, no dia 13 de agosto. Na competição, as três melhores ginastas de cada categoria serão classificadas para a final nacional, em Cuiabá (MT).


Com disciplina e determinação, as alunas treinam para conquistar a almejada classificação. Os figurinos são inspirados nas músicas das apresentações. E as músicas são escolhidas de acordo com as características das atletas. A produção, chamada de composição artística, vale nota.

Núcleos de esportes


Atualmente, Curitiba conta com dez núcleos de esporte nos seguintes bairros: Boa Vista, Bairro Novo, Boqueirão, Cajuru, CIC, Centro, Pinheirinho, Portão, Santa Felicidade e Tatuquara.
Entre as atividades oferecidas estão a natação, ginástica, basquete, surf, ciclismo, skate, handbeach, handebol, badminton, bocha, xadrez, entre outros. Há aulas de basquetebol ou tênis em cadeira de rodas, futsal 5 (para cegos) e bocha adaptada, em turmas exclusivas para Pessoas com Deficiência (PcD).
As aulas são realizadas de segunda-feira a sábado, das 7h às 21h. Não há cobrança de matrícula. As inscrições são feitas por meio do portal Curitiba em Movimento.