Escolas reajustam mensalidade bem acima da inflação em Curitiba

Aumentos apurados pelo IPC-Ipardes de 2017 foram superiores aos aplicados nas mensalidades de 2016

Bem Paraná

Apesar da situação econômica do país, os reajustes dos valores das mensalidades do ensino médio e fundamental, aplicados pelas escolas particulares do Estado neste ano, estão bem acima da média dos aplicados no ano passado. Enquanto o reajuste da mensalidade do Ensino Médio teve uma elevação de 10,61% em janeiro deste ano, em janeiro de 2016, o valor subiu 8,73%.

Já o Ensino Fundamental (1º ao 9º ano) ficou 10,79% mais caro. Em janeiro de 2016, o reajuste foi de 9,56%, conforme os dados que compõem o subgrupo Cursos Regulares, do grupo Educação, do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). A inflação oficial de Curitiba fechou em 2016 em 4,43%, contra a de 12,58% de 2015. 

No grupo Educação, as únicas majorações menores de janeiro deste ano em relação a janeiro de 2016, ocorreram no Ensino Superior de 8,70% (2017) frente aos 11,97% (2016). O aumento também foi menor no reajuste médio apurado no subgrupo Cursos Regulares que em 2017 subiu 9,43% e em 2016, 11,05%.

Esses números contrariam o discurso dos dirigentes dos estabelecimentos particulares de ensino do estado de que, em função da crise e do crescimento da inadimplência, as mensalidades neste ano teriam um reajuste menor que no ano anterior.

De acordo com a presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Superior do Estado do Paraná (Sinepe-PR), Esther Cristina Pereira, cada escola aplica o reajuste que acha necessário para atender a demanda da sua infraestrutura.

Indimplência

Apesar da crise, o porcentual médio da mensalidades em atraso ficou em 5%, oscilando de 1,3% a 7% dependendo da região, segundo estimativa da presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino no Estado do Paraná (Sinepe-PR), Esther Cristina Pereira. Em uma situação de normalidade este porcentual é 2%, diz. Houve um crescimento sim, mas pequeno, conta.

Sobre a migração de alunos por conta da crise, Esther afirma que um levantamento sobre o assunto está sendo realizado. Mas pelo que tem acompanhado, ela explica que, acreditando que as dificuldades são pontuais, a família se unido para buscar manter os filhos na escola particular. A migração ocorreu, mas dentro do próprio segmento.