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Golpistas(Imagem ilustrativa/Freepik)

A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) alerta para um novo golpe sobre falsa investigação nas agências bancárias. Golpistas estão ligando para clientes dizendo que sua agência ou gerente está sob investigação e pedindo a transferência de recursos dos clientes para contas suspeitas.

As estratégias são novas, mas as táticas, velhas: usam técnicas de engenharia social, que consistem na manipulação psicológica do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais ou faça transações em favor das quadrilhas.

Criminosos estão criando novas abordagens para golpes aplicados há muito tempo, como o da falsa central telefônica.

A Febraban alerta que, desta vez, os golpistas estão ligando para clientes e dizendo que sua agência bancária e/ou seu gerente está sob investigação. E chegam até a mandar um boletim de ocorrência falso para dar credibilidade ao golpe. A partir daí, dizem que para a proteção do cliente, ele deve transferir seus recursos para favorecidos indicados por eles enquanto durar a investigação criminal.

“Esta abordagem é golpe. Os bancos, entidades ou autoridades policiais nunca pedem que clientes façam transações bancárias. Se receber este tipo de contato, encerre-o na hora. Se tiver dúvidas sobre sua agência, esclareça qualquer informação fora do normal nos canais oficiais do banco”, alerta José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.

Ele também ressalta que os bancos podem entrar em contato com os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca solicitam dados pessoais, senhas, atualizações de sistemas, chaves de segurança, pagamentos ou estornos de transações nestes contatos.

A Febraban também informa que os criminosos estão usando o nome da entidade neste golpe e esclarece que a Federação é uma associação civil sem fins lucrativos, que reúne instituições financeiras do país. No desempenho de suas atividades, a entidade não tem relacionamento direto com clientes e usuários do sistema bancário.

Medidas contra os golpes
A Febraban e seus bancos associados têm investido constantemente e de maneira massiva em campanhas de conscientização e esclarecimento com a população por meio de ações de marketing em TVs, rádios e redes sociais. Nas redes da Febraban, a comunicação antifraudes prossegue de forma ininterrupta por meio do site https://antifraudes.febraban.org.br/.

Além da realização de campanhas educativas, os bancos investem cerca de R$ 4 bilhões por ano em sistemas de tecnologia da informação (TI) voltados para segurança – valor que corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com TI, para garantir a tranquilidade de seus clientes em suas transações financeiras cotidianas.

A Febraban também tem uma parceria com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e envia uma relação de telefones usados no golpe da falsa central telefônica, que são repassados para as empresas de telecomunicações para bloqueio.

Adicionalmente, os bancos também atuam em parceria com forças policiais para auxiliar na identificação e punição de criminosos virtuais.

A Febraban também assinou recentemente um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Ministério da Justiça e Segurança Pública que possibilitará o intercâmbio de conhecimentos, tecnologias, metodologias, capacitação de pessoas e colaboração mútua para o desenvolvimento de projetos e atividades de interesse comum. Assim, o Ministério e os bancos irão trocar informações para viabilizar ações rápidas e eficientes no combate a fraudes, golpes e crimes cibernéticos.

O ACT prevê a formação de grupo de trabalho com entidades e empresas de vários setores, além do bancário, para debater o tema e construir uma política pública de prevenção e combate a fraudes, golpes e crimes financeiros, chamada de Estratégia Nacional de Segurança Financeira. Este cenário se estende para diversos segmentos – governo, financeiro, telecomunicações, varejo, marketplaces, redes sociais, entre outros.

No caso de o cliente ter sido vítima de algum crime, ele deve notificar imediatamente seu banco para que medidas adicionais de segurança sejam adotadas, como bloqueio do app e senha de acesso, e fazer um boletim de ocorrência.