PRISCILA FOTOGRAFA DE GASTRONOMIA
Priscilla Fiedler: ela se aprofundou na técnica da fotografia gastronômica (Franklin de Freitas)

As fotografias bem-produzidas têm o potencial de despertar o apetite. Um prato bem apresentado, com cores vibrantes e texturas, atrai o olhar e desperta os sentidos. Assim, a fotografia gastronômica se tornou um elemento crucial para o mercado de alimentos e bebidas, sobretudo com a expansão das redes sociais, que tornaram-se o principal meio de publicidade.

Estudos mostram que consumidores são mais propensos a experimentar novos restaurantes ou pratos baseados nas fotos que veem nas redes sociais ou sites de gastronomia.

Em Curitiba, os proprietários de restaurantes têm investido em fotografia gastronômica para aumentar não apenas as vendas como a popularidade do estabelecimento nas redes sociais.

Com a demanda em ascensão, os fotógrafos passaram a investir tempo e recursos para atuar na área gastronômica. A paranaense Priscilla Fiedler é fotógrafa há 14 anos. Como a maioria dos que trabalham no ramo, ela iniciou com fotografias de eventos.

Com o passar do tempo, os clientes começaram a pedir para que ela fizesse fotografia dos alimentos.

Os proprietários de restaurantes conseguem perceber a diferença no faturamento após investirem em fotografias gastronômicas.

“Já houve casos de eu mesma publicar uma foto de portfólio no meu Instagram, e uma pessoa me mandar o direct e pronto, agora eu tive que comprar o produto porque você postou essa foto, ela foi lá, entrou no iFood e comprou porque ela ficou com vontade de comer aquilo que eu tinha postado”, conta a fotógrafa.

Atualmente, grande parte dos trabalhos de Priscilla são de fotografias gastronômicas. Ela iniciou no ramo como uma autodidata, com pesquisas autorais. Apesar de atualmente se considerar uma fotógrafa especializada na área, Priscilla comenta que o estudo é contínuo. Isso porque a fotografia gastronômica segue diferentes tendências.

As tendências, contudo, não são aplicadas em todos os trabalhos. As técnicas variam entre clássicas e modernas, de acordo com a proposta do briefing. A conversa com o cliente é o fio condutor do processo e até mesmo da escolha do cenário.

As fotografias gastronômicas estão conectadas à identidade do produto. E o ofício de fotografar alimentos também envolve contar uma história.

“Esses dias eu fiz umas fotos de pavê, conheci a fábrica e experimentei o pavê antes das fotos. E aquilo me remeteu à infância, assim, aquela coisa de casa, de família reunida”, conta Priscilla.

“Então, quando eu experimentei o pavê, a primeira coisa que eu falei foi, isso aqui me remete à infância, né? E aí, o que você acha de a gente fazer um cenário, então, que pareça bem caseiro, bem casa de vó? Tudo a gente vai estudar junto com o cliente pra definir o cenário e trazer essa proposta pra ter um contexto com o produto”, continua a fotógrafa.

Segundo Priscilla, a iluminação adequada e food style são os principais requisitos para uma boa fotografia gastronômica. O food style é considerado a “maquiagem” da comida, pois é por meio dele que é possível realçar as cores dos alimentos e torná-los visivelmente mais apetitosos. O food style serve, inclusive, para os casos de alimentos que não são fotogênicos. Com as técnicas, o food styling consegue deixar a comida mais atraente.

Além de todo o conhecimento técnico acerca da fotografia, os fotógrafos começam a entrar no universo dos stylings de alimentos para lidar com desafios e deixar a foto o mais desejável possível.

As fotos de pratos bem elaborados não apenas despertam o apetite, mas também ajudam a construir a identidade de uma marca, transmitir a qualidade dos produtos e criar uma conexão emocional com o público.