Perto do fim do ano epidemiológico, Curitiba contabiliza 13, 8 mil casos de dengue em 2024
Perto do fim do ano epidemiológico, Curitiba contabiliza 13, 8 mil casos de dengue em 2024

Perto do fim do ano epidemiológico, Curitiba contabiliza 13, 8 mil casas de dengue em 2024. Os dados são do Painel da Dengue da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, atualizado nesta quarta-feira, 26 de junho; (26/6). Apenas no último boletim foram registrados 475 novos casos da doença na capital paranaense.

Com a queda de temperatura prevista com a chegada do Inveno, a tendência é de redução do número de casos, mas o cuidado com a eliminação de criadouros do mosquito transmissor deve ser permanente.

“O combate ao mosquito transmissor da dengue deve se tornar um hábito, com a vistoria semanal em busca de qualquer recipiente que acumule água e que pode se tornar um criadouro”, ressalta a coordenadora do Programa Municipal de Controle do Aedes, Tatiana Faraco.

Além do cuidado com a eliminação de criadouros, a SMS também recomenda que a população use repelente para evitar a contaminação, principalmente em locais onde há confirmação de casos e com infestação do Aedes aegypti.

Balanço

Curitiba contabiliza 13.889 casos de dengue em 2024. Do total, 475 são novos casos divulgados no boletim desta quarta-feira (26/6) – sendo 35 referentes a notificações da última semana e o restante referentes a casos de semanas anteriores, mas que tiveram a investigação concluída apenas agora. Também já foram confirmadas sete mortes em decorrência da dengue em Curitiba.

O Tatuquara é o distrito sanitário mais afetado, com 3.011 casos. Na sequência estão o Cajuru (2.580), CIC (1.997), Bairro Novo (1.419), Boa Vista (1.333), Boqueirão (1.118), Portão (736), Matriz (613), Pinheirinho (587) e Santa Felicidade (495).

Nesta quarta-feira, Curitiba tem dois pacientes com confirmação de dengue, residentes do município, internados em leito SUS – um em enfermaria e outro em UTI. A SMS esclarece que os internamentos ocorrem diariamente, assim como as altas, com alterações dos dados ao longo do dia.

No Brasil, já são 6,1 milhões de casos prováveis de dengue em 2024 e 4.097 mortes, segundo boletim divulgado no dia 24/6. Só no Paraná, segundo o Informe Semanal da Dengue do Paraná, divulgado na terça-feira (25/6) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), já são 526.503 casos confirmados e 473 óbitos no período sazonal 2023/2024, que teve início em julho do ano passado.

Ações

Curitiba mantém um trabalho permanente de combate à dengue, com ações intersetoriais em toda cidade. O trabalho em parceria foi intensificado em 2024, frente ao aumento de casos em todo país, e envolve a Saúde e as administrações regionais, exército, Fundação de Ação Social (FAS), demais secretarias municipais e o apoio da Guarda Municipal e da Polícia Militar do Paraná.

Neste ano, foram realizadas quase 200 mil visitas domiciliares de bloqueio de transmissão de casos e delimitação de focos do mosquito, 53 mutirões de limpeza com recolhimento de 854 toneladas de resíduos coletados, mais de 5 mil respostas a ouvidorias pelo 156, entre muitas outras ações.

Entre as ferramentas de combate à dengue em Curitiba estão o uso de drones para vistorias, instalação de armadilhas (mosquitraps), identificação laboratorial de larvas e mosquitos, delimitações de focos do mosquito com bloqueios ambientais, bloqueios epidemiológicos em áreas com casos da doença, aplicação de inseticida UBV em locais com maior infestação e elaboração de LIRAa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti), conforme diretriz do Ministério da Saúde. Além disso, a SMS ampliou o quadro de profissionais agentes de endemias em 23% neste ano.

Sintomas

Com sintomas parecidos com os de muitas doenças virais, a dengue pode evoluir para um caso grave. Geralmente, a pessoa contaminada apresenta febre alta (usualmente entre 2 e 7 dias) associada a dois ou mais dos seguintes itens: náuseas ou vômitos; manchas vermelhas no corpo; dor no corpo e articulações; dor de cabeça ou dor atrás dos olhos; mal-estar; falta de apetite.

Uma das medidas mais simples e essenciais é evitar a automedicação. No caso da dengue, medicamentos à base de ácido acetil salicílico, o AAS, ou outros anti-inflamatórios, como ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida, entre outros, são proibidos. Esses medicamentos podem agravar o quadro e inclusive podem ser determinantes na necessidade de internação e até levar ao óbito por dengue.

Sinais de alarme

A SMS orienta plena atenção a situações que indicam agravamento da dengue. Nas situações elencadas a seguir, o paciente deve procurar uma das nove UPAs de Curitiba.

  • Dor muito forte e contínua na barriga
  • Vômitos frequentes ou com sangue
  • Diminuição repentina da febre
  • Pressão arterial baixa
  • Tontura quando muda de posição (deita/senta/levanta)
  • Pulso fraco e/ou extremidades frias
  • Suor frio
  • Sensação de desmaio
  • Agitação e/ou irritabilidade
  • Sonolência e/ou confusão mental
  • Dificuldade para respirar
  • Sangramento no nariz, gengiva, nas fezes (melena), na urina e/ou aumento do fluxo menstrual
  • Diminuição do volume da urina
  • Pontos ou manchas vermelhas ou manchas roxas espontâneas na pele