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Rafael e Geovanna em praça perto da casa onde moram: do lazer às compras, tudo está perto de casa no Pinheirinho (Foto: Jorge Prado)

Houve um tempo em que o Centro era o coração de Curitiba, o bairro onde o comércio pulsava e para onde os curitibanos tinham de se deslocar, inevitavelmente, na hora de ir às compras. Esse tempo, no entanto, já passou e hoje diversos bairros curitibanos ganham mais e mais autonomia, propiciando aos seus moradores o conforto de ter tudo por perto: mercados, posto de saúde, farmácia, restaurantes, bares e tudo o mais. E a história de um casal que se mudou há cerca de cinco anos para a Capital retrata essa transformação.

Yasmin Geovanna da Silva Santana e Rafael Martins dos Santos, ambos com 30 anos de idade, moravam em Praia Grande, no litoral de São Paulo, e se mudaram para Curitiba em novembro de 2019. A mudança ocorreu por fatores como a busca por uma melhor oportunidade no mercado de trabalho e maior qualidade de vida e acabou se efetivando após três viagens em três anos consecutivos do casal pra Curitiba.

“Primeiro viemos pra cá a passeio, durante as férias, por dois anos seguidos. No terceiro ano viemos pra cá também, mas daí já com a intenção de dar uma olhada [em imóveis] para nos mudarmos, né? Foi em 2019: a gente veio em setembro e nos mudamos em novembro”, recorda Yasmin.

Em Praia Grande, conta o casal, havia a necessidade de se deslocar até Santos para fazer qualquer coisa. “É como se fosse a região metropolitana, que todo mundo vem pra Curitiba para fazer tudo. Mas aqui rola menos disso, porque tem municípios bem desenvolvidos na Grande Curitiba. Lá é bem pior, até porque aqui Curitiba está no centro e as outras cidades estão em volta. Já Santos, se você olhar no mapa, está numa ponta e vai todo mundo pra essa ponta. Então imagine o trânsito… É um caos, porque está todo mundo indo e voltando ao mesmo tempo”, comenta Rafael.

Até por conta disso, na hora de se mudar para Curitiba o casal pensou e pesquisou muito bem sobre o local pra onde iriam se mudar. E também havia a necessidade de se buscar um imóvel já mobiliado, que não fosse caro e para o qual os dois pudessem se mudar rapidamente.

Verificaram, então, a região do Capão Raso e do Portão. Mas no final o Pinheirinho é que acabou sendo escolhido. “Começamos a olhar e percebemos que o Pinheirinho era uma região que interligava vários outros bairros, então seria fácil o deslocamento”, afirma Rafael. “Pra gente ir trabalhar [da Praia Grande até Santos] levava três horas no transporte público, para andar numa região curta. E hoje em dia eu posso atravessar a cidade inteira no horário de pico que eu não vou levar isso no transporte público”, emenda Geovanna.

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Casal morava em Praia Grande, no litoral de São Paulo, e se mudou há quase cinco anos para Curitiba, em busca de melhores oportunidades de trabalho e maior qualidade de vida (Foto: Jorge Prado)

A vida no Pinheirinho: “Tudo fica a uma quadra, duas quadras

No Pinheirinho, o casal vive em um condomínio que fica na Rua Lothário Boutin. Perto dali, a poucos minutos de distância, tem uma unidade do Max Atacadista, a UPA do Pinheirinho, um terminal de ônibus, o Hospital do Idoso, restaurantes, academia e um centro comercial (com salão de beleza, pet shop, centro de pilates e loja de assistência técnica), entre outros estabelecimentos. “Tudo fica a uma quadra, duas quadras do nosso apartamento, praticamente”, explica Rafael.

Além disso, o condomínio fica bem em frente à Praça Zumbi dos Palmares, um espaço que em breve passará por uma expansão e se tornará um parque. “Tem um terreno atrás da praça que hoje é um depósito de materiais de construção da Prefeitura. Eles estão desocupando, porque vai sair mais um parque ali, com previsão para inaugurar ano que vem. Então essa Praça Zumbi dos Palmares vai virar um parque. E a gente está de frente pra praça, literalmente de frente. É só atravessar a rua”, relata Geovanna.

“A gente só vai pro Centro para levar turista”

E o Centro de Curitiba? É claro que o casal já conheceu a região. Mas são poucas as vezes em que frequentam o bairro, numa evidência da transformação que vem ocorrendo e da autonomia que vem sendo conquistada por diversos bairros curitibanos.

“A gente só vai pro Centro para levar turista, né? Os familiares, quando vêm pra cá, querem conhecer. Ou para algo muito específico e que eu preciso ir até lá por causa de alguma loja que só tenha no Centro ou num Shopping para aqueles lados. Também gosto muito de ir na Feira do largo da Ordem, mas tirando isso, não gosto da região central para coisas do cotidiano” explica Geovanna. “A gente trabalha a quatro quilômetros daqui, é bem pertinho, no Xaxim. O mais longe que a gente vai é pra lá, inclusive”, ressalta ainda Rafael.