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Jorge Guaranho (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Nesta quinta-feira (12) o Tribunal de Justiça do Paraná concedeu o Habeas Corpus autorizando a prisão domiciliar, com monitoramento eletrônico, de Jorge Guaranho.

A decisão reconhece a urgência do tratamento médico. Segundo a defesa, o réu “sofreu graves sequelas desde sua prisão”. Guaranho poderá realizar o devido tratamento em sua residência, acompanhado por seus familiares, enquanto segue monitorado eletronicamente.

O réu foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) à Justiça por homicídio doloso duplamente qualificado, por motivo fútil – em função da violência política motivada pelo desrespeito às diferenças – e perigo comum, já que os disparos foram efetuados no local da festa e poderiam ter vitimado os convidados presentes.

Relembre o caso que levou Guaranho ao banco dos réus

O crime que ocorreu no dia 09 de julho de 2022. Na época, a vítima, Marcelo Arruda, atuava como tesoureiro do diretório municipal do PT de Foz do Iguaçu. A comemoração do aniversário de 50 anos ocorria em uma área reservada da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu, na Vila A.

De acordo com a denúncia do MPPR, o réu – desconhecido da vítima e familiares – se aproximou da porta do salão de festas de carro, com o som do veículo em alto volume, reproduzindo uma música de campanha do então candidato Jair Bolsonaro.

Segundo as testemunhas, Guaranho havia saído de um churrasco com mulher e filho e soube que o festejo tinha como tema decorativo o Partido dos Trabalhadores e o então candidato à presidência, Luiz Inácio Lula da Silva. Aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”, o réu, que estava acompanhado da esposa e do filho – um bebê de colo – ameaçou Arruda mostrando que estava armado e afirmou que voltaria para matar a vítima.

Aproximadamente uma hora  depois, Guaranho retornou ao local da festa, sozinho, e começou a disparar contra o alvo e convidados ainda da porta do salão. A ação foi registrada pelas câmeras de segurança. As imagens mostraram que a vítima tentou se esconder debaixo de uma mesa, onde foi alvejada à queima roupa.

“Marcelo,  era guarda municipal e tentou se defender, mas Guaranho executou a vítima, que já estava no chão. Havia potencial para uma tragédia de proporções ainda maiores naquela noite. Marcelo foi um herói, pois tentou defender os demais. O autor dos disparos atirou várias vezes, desde a porta de entrada do local da festa e poderia ter acertado os familiares e amigos da vítima, incluindo crianças que estavam na festa”, relata a advogada Andrea Jamur Pacheco Godoy.