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Júri ouve delegado acusado de matar mulher e enteada. Sentença deve sair nesta quinta, após debates da defesa e acusação. (Franklin de Freitas)

O delegado Erik Busetti, acusado de matar mulher e enteada em 2020, foi ouvido nesta manhã de quinta-feira, 4 de julho. Após ser adiado por duas vezes, o julgamento dele foi iniciado na última segunda-feira, 1º de julho. A a expectativa é de que a sentença saia no final deste quarto dia de Júri.

O interrogatório do réu, o delegado acusado Erik Busetti era bastante aguardado. Essa seria a primeira vez que ele se pronunciaria, em público, sobre o crime. Durante o seu depoimento, construído com auxílio de sua defesa, Busetti disse que a morte das duas mulheres foi um ato de legítima defesa.

“Ele tentou o tempo todo passar a ideia de que foi acidente”, como disse advogado Samuel Rangel, de Ana Carolina de Souza, a filha da investigadora da Polícia Civil Maritza Guimarães de Souza. Ele ressaltou que essa tese não condiz com a realidade uma vez que a menina apanhou sem nada fazer. “É um crime bárbaro que foi gravado pelas câmeras”, afirmou.

Para os advogados de Maritiza e Ana Carolina, o crime foi um duplo feminicídio. Todo o trabalho da acusação foi construído no sentido de mostrar para os jurados que Busetti cometeu um crime bárbaro contra duas mulheres. A advogada Louise Mattar Assad cita o depoimento de Busetti que disse que os dois dominavam as artes marciais, no entanto, apenas ele estava armado no momento do crime.

Debates do Júri devem ocorrer nesta tarde

Nesta tarde de quinta-feira, 4 de julho, começam dos debates da acusação e da defesa. Primeiro falam os procuradores do Ministério Público, com a assistente de acusação, e depois com a defesa, podendo vir a réplica. A expectativa é que o julgamento seja encerrado na quinta-feira, mas há possibilidade de se estender até sexta-feira.

Umas das vítimas de Busetti, Ana Carolina de Souza, filha da investigadora da Polícia Civil Maritza Guimarães de Souza, teria completado 21 anos nesta terça-feira, 2 de julho. No segundo dia, foram ouvidas as testemunhas da defesa no julgamento do delegado Bussetti.

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Em entrevista ao Bem Paraná, o advogado Adriano Bretas comentou que o psiquiatra traçou o perfil psicológico do réu. Segundo Bretas, o perfil psicológico de Erik foi definido como “uma pessoa de boa índole, pacata, que não tinha rompantes de agressividade, que não era uma pessoa dada à violência”.

O advogado também pontuou que os vizinhos afirmaram que não havia um contexto de violência doméstica.

O crime que foi a julgamento

O crime que foi a julgamento agora 2024 ocorreu em março de 2020. Maritza tinha 41 anos e era escrivã da Polícia Civil, a filha dela tinha 16 e era estudante. Elas foram mortas dentro da própria casa. Erik Bussetti está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele foi preso em flagrante e chegou a admitir o crime no momento da prisão, mas ficou em silêncio no interrogatório.

Segundo a polícia, uma filha de 9 anos do casal estava dormindo no quarto no momento do crime e ouviu os disparos. As investigações apontaram que o delegado disparou pelo menos sete vezes contra a esposa e seis contra a enteada.