Moradores do Sul do Brasil são os que mais aprovam a volta do horário de verão, diz pesquisa

Nos estados do Sul, mais de 60% aprovam total ou parcialmente o retorno da medida; a média nacional ficou em 54,9%

Redação Bem Paraná
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Horário brasileiro de verão foi extinto em 2019 (Franklin de Freitas)

Uma pesquisa que ouviu três mil pessoas em todo o País mostrou que a maioria dos brasileiros aprova, parcial ou totalmente, a volta do horário de verão. Na média nacional, 54,9% dos entrevistados disseram que são favoráveis. O Sul do País foi a região com a maior adesão à medida — 60,6% aprovam o atraso nos relógios.

Os dados são de uma pesquisa do Reclame Aqui em parceria com a Abrasel, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou menos considerando um nível de confiança de 95%.

Nas regiões do Brasil onde o horário de verão era historicamente adotado (Sul, Sudeste e Centro-Oeste), a volta da mudança nos relógios ganha ainda mais apoio.

O índice dos que se dizem a favor chega a 60,6% no Sul (52,3% totalmente favoráveis e 8,3% parcialmente favoráveis). A 56,1% no Sudeste (43,1% totalmente favoráveis e 13% parcialmente favoráveis) e

No Centro-Oeste a adesão é um pouco menor, de 40,9% (29,1% totalmente favoráveis e 11,8% parcialmente a favor). No total das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste (onde havia horário de verão até 2019), 55,74% são a favor da volta.

Edu Neves, CEO e cofundador do Reclame AQUI, entende que a percepção em relação ao horário de verão pode estar sendo mais positiva do que negativa por uma possível mudança de comportamento da população.

“É perceptível que não há alta preocupação da população com a questão de saúde nem a adequação a um novo ritmo de horário para acordar e dormir, muito compensado pelo nível de satisfação de ter mais luz, um dia claro, mais longo para praticar esportes e socializar, por exemplo”, diz

Segundo o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, a pesquisa deixa claro que a maioria da população percebe uma melhora na economia durante o horário de verão.

“O tempo de luz natural a mais no começo da noite faz com que as ruas fiquem mais atrativas, trazendo vigor para o comércio. O movimento nos bares e restaurantes também cresce. A pesquisa mostrou que 43,7% das pessoas se sentem mais dispostas a sair de casa e socializar durante o horário de verão, contra apenas 20,5% que se dizem menos dispostos”.

A Abrasel enviou na segunda-feira uma carta ao ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, com argumentos favoráveis à volta do horário de verão.

Em discussão
A volta do horário de verão voltou a ser discutido nas últimas semanas, especialmente com a estiagem prolongada em várias regiões do País e o acionamento de usinas termelétricas e o calor acima da média.

A seca diminui o nível dos reservatórios das hidrelétricas, maior fonte da energia elétrica no país. O calor aumenta o uso de eletrodomésticos como o ar-condicionado e, com isso, cresce o consumo de energia.

O horário de verão foi extinto em 2019, primeiro ano do governo Jair Bolsonaro. Na época, o governo alegou que a economia de energia era baixa e não justificava a adoção da medida.

Com todos os fatores envolvidos, o próprio ministro de Minas e Energia disse que a medida está em discussão.

A semana deve ser decisiva para o retorno ou não do horário de verão. Isso porque, o governo discute com representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Operador Nacional do Sistema (ONS) que irão apresentar um estudo sobre o horário de verão nas atuais circunstâncias.

Mesmo assim, a volta do horário de verão para este ano é algo ainda incerto, já que exige um planejamento amplo.