Morte de professor de história por Covid-19 em Curitiba gera comoção nas redes sociais

Josianne Ritz

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A morte do professor de história Ari Herculano de Souza, 74 anos, por Covid-19, em Curitiba, comoveu centenas de ex-alunos e docentes, que se manifestaram nas redes sociais. Ele estava internado no Hospital Santa Casa e morreu na madrugada desta quinta (20) depois de lutar contra o coronavírus por mais de 20 dias. Souza foi professor de Ensino Médio por mais de 40 anos na capital e passou pela rede particular e municipal de educação, ensinando milhares de estudantes . Vários alunos, professores e amigos lamentaram a morte dele e relembraram as aulas, lições e histórias de Souza. Seguindo as orientações da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) durante a pandemia de Coronavírus, não houve velório. O sepultamento acontece na tarde desta quinta (20) no Cemitério Parque Iguaçu. O professor deixa mulher e três filhos.

“Os professores são como os parentes próximos de que mais gostamos: Lembramos, a vida toda, de quase todos eles. O professor de História Ari Herculano de Souza, 74 anos, é um desses heróis que povoam a mente de muitos curitibanos, principalmente de gente com curso superior.  Como professor e diretor do Dom Bosco, no auge desse cursinho, ele ajudou, e muito, muitos a ingressarem na sonhada faculdade. Apesar de ser empresário também, Ari Herculano nunca flertou com os fascistas. Muito pelo contrário. Sempre esteve ligado às causas progressistas na sociedade. Hoje, ele faz parte dos mais de 110 mil brasileiros que morreram por irresponsabilidade e prática criminosa do atual governo federal em relação à pandemia. Vá, Herculano”, lamentou o professor e jornalista, Valdir Cruz.  “Hoje, por ironia do destino um dia após o dia do historiador, este grande amigo e companheiro se foi! Uma pessoa incrível! Um homem inteligente, generoso, divertido, um professor amado em todo país”, disse Marina Cabral Pinto Rhinow, professora e amiga de Souza. Flávio Jacobsen  também fez homenagem ao mestre: “Professor Ari. Meu grande mestre de História, quando ela foi, como é, mais do que necessária a minha formação como homem e cidadão. Mais uma vítima do covid, da irresponsabilidade que entrará para esta mesma História como dos períodos genocidas do Brasil. Descanse em paz e Muito obrigado por tudo, professor”.

O Sindicato dos Servidores do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac)  publicou nota de pesar pela morte de Souza: “É com imenso pesar que o SISMMAC informa sobre o falecimento do professor Ari Herculano de Souza. O professor Ari trabalhou na Escola Municipal Albert Schweitzer e fez parte da Associação do Magistério Municipal de Curitiba (AMMC), fundada em 1979, com a aprovação da lei da anistia e o início do processo de redemocratização”. 

A Editora Opet, onde Souza editou vários livros, lamentou a morte do professor: “É com grande tristeza que recebemos a notícia do falecimento do Professor Ari Herculano de Souza. Intelectual, educador, escritor e gestor, Ari deixou sua marca no cenário educacional brasileiro e nas vidas de muitas pessoas. Como parceiro da Editora Opet – ele escreveu uma de nossas coleções de História – foi, sempre, de uma dedicação e de uma retidão absolutas, que agradecemos imensamente. Neste momento de pesar, nos unimos à sua família e amigos, guardando na memória seu exemplo de vida”.

O professor Souza era graduado em História e Filosofia, com doutorado pela ULSHP (Universite Libre Des Sciencies de L’homme de Paris). Ele foi professor do Ensino Médio por quase 40 anos, diretor do Curso Dom Bosco Pré-Vestibular de Curitiba, vice-diretor de Escola Fundamental da Rede Pública de Ensino do município de Curitiba, coordenador da Área de Estudos Sociais da Secretaria de Educação do município de Curitiba, assessor de gabinete da Secretaria de Educação do município de Curitiba, professor do ITDE (Instituto Tecnológico de Desenvolvimento Educacional) de Curitiba e professor da FATEP (Faculdade de Teologia do Paraná). Ele foi autor de Livros didáticos na área de História e Geografia, com mais de 15 obras publicadas. Também dava palestras pelo Brasil inteiro.