No dia 16 de junho, o 181 Narcodenúncia completou 11 anos de existência no Paraná. Mais do que o aniversário, o serviço de denúncias comemora sua popularização. E para entrar de vez no século 21, o programa planeja ampliar as possibilidades para os denunciantes, criando também a Web Denúncia, a exemplo do que fez o Estado de São Paulo no final do ano passado — e com bons resultados. Em São Paulo o serviço começou em novembro de 2013 e a participação, no começo, correspondia a 4,19% das denúncias. Em abril deste ano, esse percentual já havia subido para 27,75%.
Segundo o coordenador do Narcodenúncia, o capitão da Polícia Militar (PM) Edivan Fragoso, o projeto para a criação da Web Denúncia está em fase de estudos. Para ser ativado, só depende de uma questão: o anonimato do denunciante, um dos motivos para o sucesso do 181. Um dos problemas das denúncias pela internet é que há a possibilidade de rastreamento. O pessoal de informática vai trabalhar em cima disso, para que haja sigilo total do denunciante. Este, inclusive, é um dos motivos pelo qual o projeto não foi colocado em prática ainda e ele não será ativado enquanto não houver total segurança, garantiu Fragoso.
Mas enquanto o Web Denúncia não é lançado, o Narcodenúncia segue cumprindo seus objetivos com bons resultados desde sua criação, em 2003, quando era ainda chamado de 161 Narcodenúncia. Segundo estatísticas, 70% de tudo o que se faz acerca do combate ao tráfico de drogas tem início no 181. Só que mais do que ser uma importante ferramenta na guerra ao tráfico, o programa, cada vez mais, se torna uma espécie de Disque Denúncia do Paraná, atendendo a chamadas de qualquer cidade do Estado, 24 horas por dia, por meio das centrais de atendimento à população em Curitiba, Cascavel, Londrina, Maringá, Pato Branco e Ponta Grossa. Além disso, desde maio de 2006 o 181 atende denúncias de abusos cometidos contra crianças e adolescentes.
A demanda popular fez o Narcodenúncia mudar. Hoje, recebemos denúncias não apenas de tráfico de drogas e violência contra criança, mas também de homicídios, violência contra idosos, estabelecimentos que estão em situação irregular, para que não aconteça o que houve, por exemplo, na Boate Kiss. Recepcionamos denúncias de todos os tipos e encaminhamos para os setores responsáveis, lembra o capitão Fragoso.
O objetivo agora é sedimentar, transformar o 181 num disque denúncia oficial do Paraná e ampliar nossa gama de atendimento, estreitando ainda mais a relação entre o cidadão e a polícia, com o povo sabendo que tem um meio para denunciar com tranquilidade, segurança e sigilo, completa.