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Pais e filhos: arranjos familiares mostram mudanças (Marcelo Camargo/ABr)

No próximo domingo (dia 11 de agosto) celebra-se o Dia dos Pais, ocasião em que grande parte dos lares brasileiros estarão em festa. Isso porque, segundo dados oficiais, a figura paterna está presente em quase metade dos domicílios em todo o país. Ao longo das últimas décadas, inclusive, houve um aumento notável na proporção de famílias com pais solo, ao passo em que recuou a quantidade de casais com filhos.

Os dados a seguir apresentados fazem parte da série Fatos e Números, divulgada em 2022 pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e que apresenta sínteses de dados estatísticos sobre várias dimensões da vida das famílias brasileiras. Essas informações são levantadas a partir de bases do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e outras bases de dados disponíveis, incluindo levantamentos e pesquisas especiais feitas por instituições de referência, como o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), no caso em foco.

Na edição “Arranjos Familiares” da série é possível verificar que os pais estão presentes em 44,5% dos lares em todo o país. Isso ocorre porque, dentre as composições familiares estudadas, 42,3% envolviam casal com filhos e outros 2,2%, homens com filhos (os chamados pais solo).

Interessante notar, ainda, que ao longo das últimas décadas o número de casais com filhos recuou drasticamente, enquanto a proporção de pais solo acabou avançando.

Em 1995, por exemplo, 57,7% das famílias brasileiras eram formadas por casais com filhos. Vinte anos depois, em 2015, esse porcentual já era de 44,5%.

Por outro lado, a composição familiar formada por homem com filhos, em meados da década de 1990, representava apenas 1,8% das famílias. Em 2015 (ano de referência dos dados do IBGE e do IPEA utilizados no levantamento), essa proporção já era de 2,2%.

O que cresceu mesmo no período, entretanto, foi a quantidade de famílias sem filhos. Em 1995, elas eram 20,8% dos lares brasileiros, sendo composta por casais sem filhos (2,9%), mulheres que moravam sozinhas (4,1%) e homens que moravam sozinhos (3,8%). Em 2015, já eram 34,4%, com 19,9% de casais sem filhos; 7,2% de lares unipessoais masculinos; e 7,3% de lares unipessoais femininos.

Origem do Dia dos Pais

A celebração do Dia dos Pais, que no Brasil ocorre no segundo domingo de agosto, ocorre há mais de 4 mil anos, tendo se iniciado o rito na Babilônia. A primeira celebração de uma data, contudo, foi realizada em 5 de julho de 1908. Mas foi só em 1972 que Richard Nixo, então presidente dos Estados Unidos, oficializou o Dia dos Pais no terceiro domingo de junho.

No caso brasileiro, a primeira proposta para oficialização da data, apresentada pelo jornalista e publicitário Sylvio Bhering em 1953, era para que a celebração ocorresse no dia 16 de agosto. A data teria sido escolhida porque “coincidia com o Dia de São Joaquim, pai de Nossa Senhora e considerado patriarca da família”. Contudo, acabou se optando por fazer a celebração no segundo domingo de agosto (em analogia ao Dia das Mães, comemorado no segundo domingo de maio), justamente para que os pais pudessem passar o dia com seus filhos.