Paraná já registra quase 500 casos de acidentes com serpentes neste ano

Dados do Ministério da Saúde mostram que foram 938 ocorrências/picadas em todo o ano de 2023

Redação Bem Paraná
3f1

Serpente no Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos da Sesa (SESA)

Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, em 2023 foram registrados 938 acidentes por serpentes no Paraná. Informações preliminares apontam 494 acidentes neste ano.

De acordo com a bióloga da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações da Sesa, Juliana Cequinel, em caso de acidente o paciente deve procurar um serviço de saúde o quanto antes.

“A principal medida é encaminhar a vítima da picada diretamente para uma unidade de saúde, para que o tratamento possa ser iniciado de maneira imediata”, disse.

“Uma recomendação bastante importante é, se possível, levar o animal causador do acidente junto ao serviço de saúde, ou ao menos uma foto dele, para auxiliar no diagnóstico clínico”, afirma.

Os animais peçonhentos se caracterizam pela capacidade de injetar substâncias tóxicas-veneno pelas presas, por meio de estruturas especializadas, que podem ser aguilhão, ferrão, quelíceras, cerdas urticantes ou dentes modificados, como é o caso das serpentes.

Os acidentes de maior ocorrência são com animais como cobras, escorpiões, aranhas, abelhas e lagartas.

Soro
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mantém aproximadamente 350 serpentes no Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI). Dessas, 270 serpentes peçonhentas são para a produção do soro antibotrópico, que neutraliza a ação do veneno de serpentes da família das jararacas.

Somente este ano foram produzidos 300 litros de plasma Hiperimune Antibotrópico (de “soro antiveneno”) – matéria-prima do soro antibotrópico, utilizado em casos em que há acidente com serpentes, quando o paciente apresenta risco de vida.

A obtenção do soro é feita por meio de cavalos, pois são animais de grande porte. De acordo com o chefe do Núcleo de Produção do CPPI, Erickson de Moura, cada cavalo produz, em média, quatro litros de plasma por sangria — e cada litro desse plasma produz cerca de 15 ampolas de soro antiveneno. “Estima-se que cada cavalo gera soro hiperimune para aproximadamente 50 pessoas no período de um ano”, afirma.

Peçonhentos
Como prevenir

Para prevenir acidentes com animais peçonhentos são recomendados alguns cuidados, como não acumular entulhos e materiais de construção, vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés, manter limpos os locais próximos das residências, jardins, quintais, paióis e celeiros, entre outros.

“Além destes cuidados, é imprescindível prestar atenção e sacudir roupas e calçados antes de vestir, uma vez que aranhas e escorpiões podem se esconder neles e picar ao serem comprimidos contra o corpo”, alertou Roselane Oliveira de Souza Langer, chefe da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (DVZI) da Sesa.

No caso de picadas ou contato com animais peçonhentos, a vítima deve procurar atendimento em uma Unidade de Saúde mais próxima imediatamente. Se possível, levar uma foto do animal causador do acidente.

Evite procedimentos caseiros, como cortar a área do ferimento ou sugá-la. A referência para atendimento de acidentes por animais peçonhentos no Estado é o Centro de Informações e Assistência Toxicológica do Paraná (Ciatox-PR), no telefone 08000 410 148.