Piscina plástica é usada para batismo evangélico de 33 presos da Penitenciária de Piraquara

AEN
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Uma piscina plástica foi montada em um dos pátios da Penitenciária Estadual de Piraquara I (PEP I). O brinquedo não tinha como meta refrescar os presos, mas sim de marcar o momento da entrada desses apenados na vida espiritual. 33 foram batizados em uma cerimônia realizada em parceria da Polícia Penal do Paraná (PPPR) com a Igreja Universal.

O batismo religioso marca aos 33 apenados a garantia do acesso à religião e a práticas religiosas dentro das unidades penais paranaenses, em conformidade com a Lei de Execução Penal. O batismo é parte do programa Universal Nos Presídios (UNP).

O projeto teve início em dezembro de 2023, com a implementação de atividades em uma única cela da unidade. Desde então, a iniciativa cresceu de forma significativa, envolvendo atualmente todas as 10 celas da 1ª galeria da Penitenciária Estadual de Piraquara 1 (PEP 1), que é dedicada à prática evangélica. Essa expansão reflete o impacto positivo observado nas condições de vida dos apenados e a adesão crescente à espiritualidade como um caminho de transformação.

Desde o início da parceria, a igreja tem promovido diariamente atividades de evangelização e estudos bíblicos, contribuindo para a criação de um ambiente mais positivo entre os detentos. A iniciativa fortalece as boas práticas e também fomenta uma troca rica de experiências de vida entre os apenados.

O impacto dessas atividades vai além do aspecto espiritual. O contato com a religião tem se mostrado benéfico para a saúde física e mental dos internos, promovendo um ambiente de apoio e solidariedade. De acordo com especialistas, essa conexão pode ser um fator crucial na preparação para o retorno à sociedade, ajudando a evitar a reincidência criminal.

“Celebramos um momento significativo na trajetória de muitos apenados. O batismo realizado aqui não é apenas um rito religioso, mas um passo em direção à transformação e à reintegração social”, destaca o diretor da PEP I, Sidnei de Souza Geraldino.

“Nós vemos este projeto como um sucesso dentro do sistema prisional no que se refere às mudanças comportamentais, pois foi nítida a melhora na disciplina e no respeito dos apenados. Até mesmo no modo de falar e se expressar essas pessoas apresentaram uma notável mudança”, destaca o chefe de segurança da PEP 1, Jeferson Ferreira dos Santos.

“O batismo nas águas significa o sepultamento da velha criatura no sentido espiritual, ou seja, há uma mudança de pensamento e atitude após o batismo. Ele passa a ter um pensamento mais saudável em relação a vida. Se a pessoa costumava mentir, passa a não mentir mais, se tinha mágoa, passa a perdoar mais”, explica o coordenador da UNP/Paraná, o pastor Edson Adriano dos Santos.

A expectativa é que, com a continuidade deste trabalho, mais apenados possam se beneficiar das práticas religiosas, contribuindo para uma reintegração social mais sólida e consciente. A experiência tem demonstrado que, independentemente do credo, a espiritualidade pode desempenhar um papel fundamental na transformação de vidas e na construção de um futuro melhor.