Por dia, 10 pessoas são presas no Paraná graças ao Narcodenúncia

Apreensões de crack são as que mais crescem no Estado, segundo dados divulgados hoje

Redação Bem Paraná

O secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, apresentou, na manhã desta segunda-feira (18), na Operação Mãos Limpas, o balanço dos últimos quatro anos do 181 Narcodenúncia. De acordo com Delazari, no segundo semestre de 2003, início do projeto, houve 892 prisões entre homens e mulheres envolvidos com o tráfico de drogas, além de 153 apreensões de adolescentes. Já em 2006, o número aumentou para 4.791 prisões geradas por denúncias anônimas feitas pelo telefone 181, e 1.311 apreensões de adolescentes. Foram 16 mil prisões em quatro anos, ou seja, 10 prisões por dia.


 Segundo o secretário, o Paraná é o estado que mais apreende drogas atualmente no país. As apreensões de pedras de crack, no Paraná, saltaram de 12.801, em 2003, para 687.701, em 2006. Em 2003, foram apreendidos 584 quilos de cocaína e, em 2006, foram 931 quilos. Já a apreensão de maconha saiu de 16.317 quilos, em 2003, para 132.473, em 2006. “Houve aumento grande nas apreensões de cocaína, mas é muito impressionante o aumento das apreensões de crack, mostrando que o trabalho do Narcodenúncia tem se mostrado cada vez mais eficaz”, explicou.


Confiança – Para o coordenador estadual do projeto, tenente-coronel Jorge Costa Filho, os números demonstram também que existe grande confiança da população no projeto. “Se não fosse assim as pessoas não ligariam”, disse Costa. Outro ponto positivo do projeto é o aumento do número de atendimentos. Em 2006, foram 26.414, enquanto que, no início do projeto, foram realizados 10.257. “Quanto mais divulgamos os resultados, mais credibilidade o projeto passa a ter e os atendimentos e novas denúncias vão surgindo”, avaliou Costa.


“O projeto tem, como principal parceira, a comunidade. É um projeto em que as pessoas que denunciam não se arriscam, são preservadas. A denúncia acontece e a polícia trabalha com base nestas informações sem que haja qualquer problema para o denunciante”, explicou Delazari. Para Costa, sem esta parceria, os resultados não seriam tão bons.


Anonimato – O Narcodenúncia, desenvolvido pelas secretarias da Justiça e da Cidadania e da Segurança Pública, ininterruptamente em todo o Estado. “É o maior exemplo de que quando a comunidade participa e confia nas autoridades temos resultados práticos, no caso, no combate ao tráfico de drogas”, assinalou Costa.


A denúncia pode ser feita de qualquer aparelho telefônico, móvel, fixo ou público, sem a identificação do denunciante e a garantia de que as informações serão investigadas. Cerca de 50% dos casos são resolvidos de forma imediata e os demais prosseguem em investigação, com o trabalho das polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal. Os atendimentos são realizados por funcionários civis e por militares nos quartéis da PM.


De acordo com o coronel Costa, o projeto tem cunho preventivo uma vez que, quando apreende grandes quantidades de drogas e também possibilita apreensões menores, evita a circulação dos diversos tipos de entorpecente, o que representa risco para a sociedade. “Como todos os dias temos apreensões, evitamos que muitas pessoas sejam aliciadas pelos traficantes”, disse ele.