Ernani Ogata – Genilda Soares dos Santos

A cada dia um curitibano gera, em média, 700 gramas de lixo. Pode até parecer pouco num primeiro momento, mas considerando que a capital paranaense possui quase 2 milhões de habitantes (1,96 milhão, segundo estimativa do IBGE), temos um cenário no qual, diariamente, mais de 1,3 mil toneladas de resíduos são produzidas. Por mês, o valor chega a mais de 40 mil toneladas.

A quantidade também serve para indicar a retomada depois de dois anos de restrições com a pandemia da Covid-19. A quantidade de lixo gerada atualmente é semelhante ao do período pré-pandemia. A partir de 2020, quando foram decretadas medidas mais severas de distanciamento, a coleta de lixo na Capital chegou a cair 12%, ficando em pouco mais de 1,2 mil toneladas dia. As 1,3 mil toneladas atuais se igualam a 2019.

Limpeza — Mas, para dar conta dessa enorme quantidade de lixo e manter a cidade limpa, Curitiba e municípios do entorno contam com os esforços de 25 mil trabalhadores de limpeza e conservação. Uma categoria que hoje está em festa: é que o dia 16 de maio marca o Dia do Gari e dos Trabalhadores de Asseio e Conservação. Uma data para homenagear esses profissionais e que também serve como um convite à reflexão para o restante da população, segundo Manassés de Oliveira, presidente do Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação de Curitiba (Siemaco).

“Aproveitamos essa data para comemorar com nossos trabalhadores, mas também para chamar toda a sociedade para uma reflexão. Queremos levar a mensagem da importância dos nossos trabalhadores”, afirma o sindicalista.

Em todo o Paraná, segundo o Siemaco, há mais de 60 mil trabalhadores na área de limpeza e conservação. Apenas na Região Metropolitana de Curitiba (RMC) são 25 mil profissionais, que ao longo da pandemia do novo coronavírus seguiram trabalhando normalmente, mesmo nos momentos mais críticos da crise sanitária.

São trabalhadores essenciais, mas que muitas vezes acabam invisibilizados socialmente, e mesmo durante a pandemia, embora estivéssem na linha de frente, foram pouco mencionados.

Média mensal de lixo coletado cresce em 2022

Segundo dados do Departamento de Limpeza Pública, que é subordinado a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), a média mensal de lixo coletado em Curitiba apresenta tendência de alta em 2022, com alta de 0,7% na comparação com o ano passado.

Em 2021, a cada mês foram coletados 40.340,09 toneladas de lixo da capital paranaense, com a coleta de resíduos domiciliares convencional respondendo pela maior parte dos resíduos (38.715,88 toneladas). A coleta de resíduos recicláveis (através do “Lixo que não é lixo” e do “Câmbio Verde”) somou ainda 1.353,07 toneladas ao mês, enquanto a varrição tirou 26,69 toneladas de lixo das ruas e a limpeza dos rios ainda coletou outras 244,45 toneladas mensalmente.

Já em 2022, a média mensal de lixo coletado na cidade está em 40.606,11 toneladas, com elevação na quantidade coletada de resíduos domiciliares (38.987,12 toneladas) e de lixo retirado dos rios (256,6) a cada mês. Por outro lado, a coleta de resíduos recicláveis se manteve praticamente estável (com média de 1.351,32 toneladas), enquanto a varrição teve uma queda mais significativa (com 11,07 toneladas mensais).

Festa

Comemorações e celebração da vida

As celebrações pelo Dia do Gari em Curitiba começaram já ontem, quando o Siemaco realizou em sua sede campestre uma grande festa para os mais de 8 mil trabalhadores sindicalizados da capital paranaense. “Estamos retomando a celebração [que não foi feita nos anos anteriores, por causa da pandemia] e comemorando a vida, pois perdemos vários colegas e familiares nos últimos anos”, comenta Manassés de Oliveira, presidente do Siemaco. Hoje, será vez de uma celebração na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), que também festejará os 40 anos do Siemaco. Na ocasião, alguns trabalhadores (entre eles Genilda) terão a oportunidade de estar com o prefeito da capital paranaense, Rafael Greca.