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Imagens de acidente aéreo no interior de São Paulo: aeronave havia saído de Cascavel, no oeste do Paraná (Foto: Reprodução/ TV Globo)

Entre as 62 vítimas do avião 2283 Voe Pass, que caiu na última sexta-feira, 9 de agosto, em Vinhedo, 29 eram do Paraná. A confirmação foi feita nesta manhã de segunda-feira, 12 de agosto, pelo secretário da Segurança Pública do Paraná, Coronel Hudson Leôncio Teixeira. “Nós temos a identificação de 29 CPFs paranaenses. Pessoas com CPF do Paraná, que são paranaenses, que embarcaram nesse voo”, declarou.

Ele ressaltou ainda que isso não significa que necessariamente elas residam no Paraná,. Além delas, Hudson afirmou que há pessoas estrangeiras e de outras regiões. Até o momento, 17 corpos dos 62 mortos foram identificados.

O secretário afirmou ainda que a entrega dos documentos pelas famílias das vítimas, já feita, irá ajudar a liberar os corpos mais rapidamente. O coronel ressaltou o trabalho integrado entre a Secretaria do Paraná, com a Secretaria do Estado de São Paulo, com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e outros órgãos que se envolveram com a defesa pública do Paraná também e de São Paulo.

Ainda conforme o secretário, as famílias das vítimas terão o apoio da estrutura do Estado do Paraná, da Secretaria de Segurança e também da Casa Militar à disposição, se for necessário para o traslado dos corpos. ” Por enquanto não está sendo necessária a utilização de aeronaves para isso, mas o Estado do Paraná está à disposição também”, disse.

Relatório preliminar

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) prevê divulgar em 30 dias relatório preliminar sobre as causas da queda do avião que matou 62 pessoas em Vinhedo. O avião com 58 passageiros e quatro tripulantes, totalizando 62 pessoas a bordo, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo (SP).

De acordo com a companhia aérea, as vítimas estavam em um avião turboélice, modelo ATR-72, que saiu de Cascavel às 11h58. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20, mas a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas da torre de São Paulo.

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Polícia Científica do Paraná encerra trabalhos

A Polícia Científica do Paraná enviou no domingo, 11 de agosto, para a São Paulo, todo o material genético coletado junto a 30 famílias de vítimas do acidente aéreo com um avião da Voe Pass. O envio de 31 amostras de DNA e 19 documentações odontológicas de familiares marca a conclusão dos trabalhos do órgão paranaense no auxílio à identificação das vítimas, cabendo às forças de segurança pública de São Paulo a finalização do processo, com a consequente liberação dos corpos para traslado.

O avião 2283 da Voe Pass partiu do aeroporto de Cascavel com destino à Congonhas na sexta-feira, mas acabou caindo na cidade de Vinhedo no início da tarde, resultando na morte dos 58 passageiros e dos quatro tripulantes que estavam a bordo. As apurações relacionadas às causas do acidente estão sendo conduzidas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), com previsão inicial de serem finalizadas em 30 dias, cujo prazo pode ser prorrogado. Paralelamente, a Polícia Civil de São Paulo também instaurou um inquérito policial.

Todos os corpos já foram necropsiados e 17 identificados

Teixeira também atualizou o trabalho de identificação dos corpos, que está sendo conduzido pela Polícia Científica de São Paulo. Todos eles já passaram pelo exame de necropsia, dos quais 17 foram identificados. Em relação aos demais, ainda faltam documentos das famílias para liberação dos corpos no IML. “A liberação depende dessa identificação e também de documentos exigidos dentro do processo legal neste tipo de desastre”, disse o secretário de Segurança Pública do Paraná.

De acordo com o diretor Operacional da Polícia Científica, Ciro Pimenta, a coleta do material genético pela equipe paranaense tem ajudado na celeridade do processo de identificação e liberação dos corpos das vítimas. “Todos os corpos foram rapidamente transportados do local do acidente para o Instituto Médico Legal (IML) e passaram pela necropsia. Com o fim da etapa de medicina legal no Paraná e em São Paulo, resta a conclusão dessa identificação para que as famílias possam prestar as suas últimas homenagens”, esclareceu.

Todos o processo relacionado ao transporte dos corpos está sendo custeado pela Voe Pass por meio de um acordo firmado pela empresa com as defensorias públicas e ministérios públicos do Paraná e de São Paulo.

Segundo o defensor público-geral do Paraná, Matheus Munhoz, o foco dos órgãos públicos neste momento está em prestar todo o acolhimento necessário às famílias das vítimas. “Estamos dando toda a orientação jurídica necessário para que as famílias saibam como proceder e quais documentos são necessários para o traslado dos corpos, bem como o que vem posteriormente, como a emissão das certidões de óbito, pedidos de cremação ou enterro, acesso a inventários e pedidos de benefícios previdenciários”, disse o chefe da Defensoria Pública do Paraná.

Para garantir agilidade e segurança no processo, o órgão paranaense instalou postos de atendimento às famílias no aeroporto de Cascavel e em um hotel disponibilizado pela Voe Pass na cidade. Outro ponto foi montado pela Defensoria Pública de São Paulo no estado vizinho. “Até o momento, 44 famílias foram atendidas em São Paulo, para onde muitos se deslocaram após o acidente, enquanto outras 26 famílias receberam o acompanhamento pela Defensoria Pública do Paraná”, comentou Munhoz;

“Além disso, estamos prestando todo o acompanhamento por meio de um canal via WhatsApp criado exclusivamente para que as famílias tenham uma fonte de informações oficiais sobre todo este processo para que não caiam em qualquer tipo de golpe”, acrescentou o defensor público-geral.