A Livros Nômades, uma espécie de sebo sobre rodas que há dois anos passeia por Curitiba (principalmente por parques, praças e feiras na região central da cidade), está com uma nova cara e começou a fincar “raízes”. Segundo Richel de Aguiar, 37 anos, a bicicleta literária seguirá rodando pela cidade, marcando presença em espaços públicos e eventos, mas a partir de agora também estabelecerá um ponto mais fixo e intimista para o comércio de livros e troca de ideias, que ficará na Alameda Prudente de Moraes, uma das mais movimentadas da Capital, próximo da esquina com a Travessa Monteiro Lobato.
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Conforme o criador do projeto, a ideia é misturar música com literatura para chamar a atenção daqueles que se interessam por arte e estão passando pela Prudente de Moraes. Para isso, nas sextas, sábados e domingos o sebo sobre rodas será colocado na frente do prédio onde Richel vive com sua esposa, Dani, e ali mesmo também serão feitas algumas apresentações musicais. Já no apartamento onde o casal vive estão todas as obras que fazem parte do acervo da Livros Nômades e a casa deles também servirá para a realização de eventos, como debates, exibição de filmes e até a criação de grupos de estudos.
“Estamos iniciando um novo ciclo, nos reinventando de novo. Queremos receber o pessoal aqui em casa, fazer algo mais intimista, com grupos de amigos, criando uma rede de afetos e leitura para fazer intervenção política, artística, todo tipo de intervenção. E estamos criando grupos de estudos, pra gente aprender todo mundo junto também, trocar figurinha. Vamos falar sobre literatura, arte, política, sociologia… tudo que a gente gosta, né?!”, explica Richel.
O processo de transformação da Livros Nômades teve início no ano passado, após uma ação de fiscalização urbanística na Praça 29 de Março resultar na apreensão dos livros que eram expostos e vendidos pela bicicleta literária. Na época, Richel e sua esposa fizeram vídeos relatando o ocorrido e divulgaram nas redes sociais, o que deu início a uma campanha de solidariedade. “Recebemos doação de pelo menos uns 500 livros. Foi uma coisa bem bonita e que possibilitou também gente fazer uma grande campanha e vender livros pela metade do preço, que foi onde muita gente pôde comprar porque os livros ficaram mais acessíveis.”
Na sequência, veio ainda o convite para uma parceria com um café que ficava na própria Prudente de Moraes (e que fechou as portas recentemente), no que marcou o início do processo de “enraizamento” da Livros Nômades. “No café a gente já tinha dado um enraizada também, foi um ponto onde até pude descansar um pouco e estava precisando, meu corpo e minha mente. Agora, quero fazer um som e, enquanto a bike está ali também, convidar o pessoal pra vir passar uma tarde com a gente, conhecer nossos livros, conversar… Mas vamos continuar indo pra rua [com o sebo sobre rodas]”, explica ele.
Para acompanhar a agenda e os livros à venda na Livros Nômades, basta seguir a página do sebo no Instagram (@livros_nomades). O projeto, para se manter e reforçar o acervo, também aceita sempre a doação de livros. E quem for conhecer o novo espaço, ainda poderá ver os bordados que Dani (@adaniborda) faz há cinco anos. “Vou participar de uma feira no MON em agosto, que nosso amigo tem uma editora e vai expor lá os livros. Daí ele me convidou e vou fazer vários bordados com temas literários, e é algo que vai casar bem com o nosso projeto também”, conta ela.
