porto espanha
Divulgação PF

A Operação Viking cumpre 47 ordens judiciais contra o tráfico internacional de drogas que atuavam no Brasil e na Espanha. A operação é feita em cooperação entre a Polícia Federal e Guarda Civil Espanhola nesta manhã de quinta-feira, 5 de setembro. Principal modal de envio da droga era o marítimo e tinha o Porto de Paranaguá, no Paraná, como principal base de embarque.

Cerca de 120 policiais federais e equipes da Guarda Civil Espanhola estão nas ruas para dar cumprimento à 9 mandados de prisão preventiva e 38 mandados de busca e apreensão em endereços situados nos Estados do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Pernambuco e na Espanha.

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Também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro de bens móveis e imóveis que totalizam um valor de aproximadamente R$ 7.240.000,00, bem como ordens de bloqueio de ativos e valores existentes nas contas bancárias e aplicações financeiras de até R$ 20.000.000,00 por investigado.

Investigações internacional contra tráfico

A operação é um desdobramento das operações Enterprise e Retis, deflagradas em 2020 e 2022, respectivamente, em que foram identificados vários indivíduos que hoje são alvos da presente operação.

No curso da investigação identificou-se que os principais integrantes da organização criminosa seriam sócios em empresa com atuação no fornecimento de bordo para navios. Usando desse subterfúgio, atuariam no aliciamento de tripulantes para “colaborarem” no transporte de entorpecentes a partir de portos brasileiros.

O grupo também adquiriu uma pequena embarcação para a prática de transporte de drogas até os navios, através do método do içamento, no qual a embarcação alcança o costado do navio e a droga é içada a bordo por tripulante cooptado pela organização criminosa.

As investigações, que contaram com o apoio da Receita Federal, Europol, Guarda Civil Espanhola e Polícia Nacional da Croácia, revelaram que a Organização Criminosa constituiu uma complexa estrutura logística para operacionalizar as ações de narcotráfico interestadual e internacional, que abrange seu ingresso e transporte dentro do território nacional, preparação e o envio dos carregamentos de cocaína para o exterior utilizando principalmente o modal marítimo.

Grande parte da droga movimentada pelo grupo tinha como destino os portos da Europa e, para isto, atuavam na região do Porto de Paranaguá/PR, bem como em outros portos do País, locais de onde exportavam grandes quantidades de cocaína através da contaminação de contêineres (método rip/on-rip/off), ocultação em cargas lícitas (rip/on na carga) e nos navios, transportes em barcos pesqueiros e, principalmente, uso de mergulhadores para inserir a droga em compartimentos submersos dos navios.

Equipes da Receita Federal atuaram em alvos em São José dos Pinhais (PR) e Joinville (SC). Foram identificadas diversas apreensões de carregamentos de cocaína vinculados a atuação desta Organização Criminosa, bem como foram feitas apreensões de drogas no decorrer da investigação, totalizando mais de 03 (três) toneladas de cocaína.

Os lucros obtidos com essas atividades criminosas também estavam sendo usados para subsidiar a ampliação da estrutura logística do grupo, mediante aquisição de barcos, empresas, imóveis, entre outros instrumentos destinados a fomentar a expansão das suas ações, além de armas de fogo e munições para intensificar o poderio bélico e a capacidade de intimidação em face de outros grupos criminosos.