Morretes – Litoral do Paraná – Barreado. Foto: José Fernando Ogura/ANPr
Morretes – Litoral do Paraná – Barreado. Foto: José Fernando Ogura/ANPr

É impossível falar de turismo sem mencionar pratos típicos que alimentam o visitante. E o Paraná é rico em sabores. Do Litoral até a Grande Curitiba, passando ainda por locais não tão distantes, o turista terá a chance de conhecer e se deliciar com pratos nossos. Veja alguns exemplos:

Uma “confusão de carnes” típica de Tijucas do Sul

entrevero de pinhao
Entrevero de pinhão (Nakayana Matias)

Tijucas do Sul, ao Sul de Curitiba, tem um prato próprio, o entrevero de pinhão. De origem tropeira, comum da região Sul do Brasil, principalmente das regiões serranas, o prato é feito com pinhão, diversos tipos de carnes, couve-flor, brócolis, couve, repolho, tomate, pimentão, batata salsa, cenoura e abóbora.
O nome vem do espanhol, que significa ‘’uma confusão de carnes’’ misturados com outros ingredientes. Dizem que o sabor irresistível.

O entrevero também tem sua receita em Telêmaco Borba, nos Campos Gerais, como prato típico. Posta vermelha, charque, tomate, alho, cebola, cheiro verde, além do pinhão, são a base da receita telêmaco-borbense. Saladas, arroz branco e farofa podem acompanhar o prato.

A temporada da tainha vira festa no Litoral

tainha recheada
Tainha recheada (Foto: Viaje Paraná)

Os meses de maio a julho têm um significado especial para as populações caiçaras do litoral do Paraná: é nesta época que surgem nas águas oceânicas da costa paranaense os cardumes de tainha, em grande abundância. A pesca da tainha é um verdadeiro ritual.

É nesta época do ano que praticamente todos os municípios do Litoral promovem as festas da tainha. Preparadas de várias formas, assadas, fritas, defumadas, se transformaram em uma das iguarias da culinária caiçara e atraem visitantes do Litoral e muitos da Capital.

São toneladas de peixes comercializados nesta época do ano. Um dos momentos marcantes é a puxada de rede desde a praia. O turista que se aventurar pode ajudar na puxada. E costuma levar um peixe como prêmio.

Conheça a Cambira, outro prato típico do Litoral

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Cassuolet de cambira com aneis de lula, 277 Bar e Restaurante (Foto: Festival de Gastronomia Caiçara)

A Cambira é um prato típico de Pontal do Paraná, no Litoral do Paraná, à base de filé de peixe salgado e defumado. A receita clássica mistura o sabor do peixe seco e defumado com a banana-da-terra.

O nome remete a um cipó abundante no litoral, conhecido por sua flor de cor roxa, que era a base de um varal usado para a defumação no “fumeiro” – um varal coberto onde são colocados os peixes abertos, sobre um fogo baixo feito de madeira grossa –, método utilizado até hoje pelos pescadores.

Uma vez seco, o peixe vai para a panela de barro com água e especiarias (tomate, pimentão, coentro, pimenta e bananas), e vira um caldo grosso. É servido com pirão, salada e arroz.

No Festival da Gastronomia Caiçara de Pontal, que acontece em junho, os restaurantes são instigados a criar novos pratos à base da iguaria – nas edições anteriores, por exemplo, entraram nos cardápios hambúrguer de cambira, charuto de cambira, pastel de cambira, risoto de cambira, baião de dois de cambira e muito mais.

A famosa coxinha de farofa da Lapa

coxinha de farofa
A coxinha de farofa (Reprodução/Youtube)

A culinária lapeana é inspirada no tropeirismo representada por diversos restaurantes charmosos que servem comida tropeira, que é a especialidade da região. No cardápio tem quirera tropeira, paçoca de charque e torresmo, ovo frito, arroz, virado tropeiro.

Mas, nos últimos tempos, a coxinha de farofa se tornou o prato mais falado. Informalmente, é considerado como um patrimônio do povo lapeano. Não se tem notícia de prato similar em outros lugares.

A coxinha de farofa nasceu em virtude das viagens de trem que saiam da Lapa, onde haviam paradas longas para “baldeação”, conta o historiador Marcio Assad.

A coxinha de farofa foi criada como uma opção mais prática da tradicional galinha com farofa, portanto nada mais é que o frango com farofa envolto em maça de pastel. Assim nasceu a iguaria que ganhou fama.

Como não falar do barreado

barreado
O famoso barreado (Foto: Arnaldo Alves/AEN)

Carne desfiada, banana, farinha de mandioca, muito aroma e história. O barreado é a principal marca do Litoral paranaense e já virou uma atração turística, principalmente em Morretes, Antonina e Paranaguá.
A receita é feita com carne bovina de segunda e magra, entre elas paleta, maminha ou patinho, e o preparo segue um lento processo de cozimento até a carne se desmanchar, sendo servido tradicionalmente com farinha de mandioca e banana.

O fundo da panela, tradicionalmente de barro, é forrado com bacon e, no cozimento, a panela é lacrada com farinha, o que evita que a carne queime no fundo e que o vapor evapore. O processo é chamado de barrear a panela, o que dá origem ao nome do prato.

Nos diversos restaurante especializados no prato em Morretes, Antonina ou Paranaguá, o barreado é acompanhado por uma sequência de frutos do mar, como peixe frito, camarões, vinagrete, entre outras gostosuras.

Vaca atolada não é gado na lama, mas é deliciosa

vaca atolada
Vaca atolada de Agudos do Sul (Foto: Prefeitura de Agudos do Sul)

Se você gosta de festas, Agudos do Sul é o destino perfeito. Além da tradicional Festa de Aniversário e da Festa do Produtor Rural, mensalmente ocorrem nas comunidades festividades em honra aos padroeiros. Tem muita música ao vivo, comidas típicas e cavalgadas.

O município tem um prato que está em todas as festas, a vaca atolada, que é carne bovina preparada no fogão a lenha. Normalmente é cozida junto com mandioca ou batatas, mas pode levar outros ingredientes.

A vaca atolada é um dos pratos típicos da cultura caipira, é 100% brasileira, e ganha versões de região para região. Em Agudos do Sul ganhou estatus de prato típico por estar em todas as festas e confraternizações. Também é normalmente servido após as caminhadas da natureza na cidade.

Conheça um prato com quase 150 anos no Paraná

pao de bafo
Pão no Bafo (Foto: Prefeitura de Palmeira)

Palmeira é uma cidade dos Campos Gerais paranense a 80 km de Curitiba com rica história e influência alemã e outros povos europeus. E é de lá que veio uma iguaria que se tornou típica. O Pão no Bafo, também conhecido como Pão de Bafo e Pão de Russo, foi inserida na culinária palmeirense em 1878 pelos imigrantes russos e alemães.

A receita tem como ingredientes básicos a carne de porco, repolho e massa de pão cozida no vapor. Para acompanhar, a Gengibirra é uma ótima opção, bebida que leva o gengibre como base e ainda hoje é produzida artesanalmente. Tanto o pão quanto a bebida são tombados como patrimônio imaterial do Município de Palmeira.