As eleições municipais em Porto Velho, capital de Rondônia, registraram um grave caso de violência contra a mulher nos últimos dias. Em suas redes sociais, a candidata a vice-prefeita na federal Rede-PSOL, Liliane Rodrigues, denunciou ter sido estuprada após uma reunião política realizada na última sexta-feira. Lili, como é conhecida, também é presidente estadual de seu partido.
O estupro teria ocorrido após uma reunião política na casa de sua companheira. A vítima dormia em um quarto da residência após uma reunião com um candidato a vereador, amigo da companheira da candidata, e outros convidados, inclusive o suspeito. Lili Rodrigues, no entanto, não havia participado do encontro.
Depois do crime, um boletim de ocorrência foi registrado e a mulher passou por exames médicos, iniciando também o tratamento de profilaxia. Num vídeo, ela fez um desabafo e um “pedido de socorro para as mulheres”, relatando ter sofrido “a maior violência que uma mulher pode viver na vida”.
“Estou aqui para falar da violência que eu senti só por ser mulher. [Senti] por conta de um monstro que acha que tem o poder de fazer o que quer só porque nós somos mulheres. Só porque perante a eles, nós somos indefesas”, disse aos prantos, pedindo ainda a prisão do suspeito, ainda não identificado. “”Que país é este? Que cidade é esta? Que política é esta?”, escreveu.
Solidariedade de políticos e partidos após caso de estupro
Depois do caso vir à tona, o candidato a prefeito que forma chapa com Lili, Samuel Costa (Rede), classificou o crime como “lamentável” e exigiu que as autoridades prendessem o criminoso “perverso” e “bárbaro”.
“Liliane, uma mãe solo, mulher periférica e lésbica, foi vítima de um crime bárbaro, que não apenas atenta contra sua integridade, mas também contra os valores de justiça e igualdade que todos devemos proteger. (…) A violência sofrida por ela não pode ser ignorada, e exigimos que as autoridades competentes tomem todas as medidas necessárias para investigar e punir os responsáveis com o rigor da lei”, afirmou o candidato.
A direção nacional do PSOL, partido de Lili, também manifestou apoio a candidata, pedindo um trabalho ágil das autoridades e repudiando toda violência. A Rede Sustentabilidade seguiu pelo mesmo caminho, destacando a necessidade duma “união de esforços que visem extirpar a cultura do estupro da sociedade”.