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Cristina Graeml e Eduardo Pimentel assinam pacto pela paz nas eleições no TRE-PR (Foto: Franklin de Freitas)

Os candidatos que estão no segundo turno da disputa pela Prefeitura de Curitiba estiveram frente a frente nesta quinta-feira (10 de outubro). No Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), tanto Cristina Graeml (PMB) como Eduardo Pimentel (PSD) assinaram o Pacto das Eleições 2024: No Caminho da Paz – 2º turno. Só que apesar do documento assinado, o clima foi quente na saída dos candidatos do edifício-sede da Justiça Eleitoral, com ambos afirmando serem vítimas de ‘fake news’ e Pimentel ainda prometendo não deixar ‘nenhuma agressão, nenhum ataque’ sem resposta.

No TRE-PR, e ao lado do presidente da Corte, o Desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, ambos os candidatos assinaram um documento garantindo que trabalharão para garantir a realização “de eleições seguras, sem desinformação ou violência de qualquer natureza” e prometendo “incentivar a cultura da paz, do diálogo e do respeito no debate político, inclusive na internet e nas redes sociais”.

Na saída da solenidade, tanto Graeml como Pimentel conversaram com a imprensa. E ambos disseram ser vítimas de fake news.

“Eu estou sofrendo muitos ataques de disparos em massa no WhatsApp, muitas calúnias, cerca de 5 a 10 por dia, e eu não tenho nem condição de me defender, porque a gente não sabe quem é que está acusando”, afirmou Graeml aos jornalistas. “Eu vou responder à altura caso eu seja agredido com alguma fake news ou desinformação. Porque no primeiro turno, nos últimos 15 dias, eu sofri ataques, sim, com fake news e com desinformações, principalmente nas redes sociais. E isso influenciou no primeiro turno”, disse, por sua vez, Pimentel.

“Nós não podemos apostar numa aventura”, diz Pimentel

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Eduardo Pimentel: “Não vou deixar nenhuma agressão, nenhum ataque, sem resposta” (Foto: Franklin de Freitas)

Eduardo Pimentel, por sua vez, garantiu que vai “manter a serenidade” que teve no primeiro turno, trabalhando sempre com a verdade, os fatos e com propostas. “Mas eu não vou deixar nenhuma agressão, nenhum ataque a mim ou a minha campanha sem resposta. Eu quero ser tranquilo, sereno, mostrar propostas para a cidade de Curitiba, mas eu vou responder à altura caso eu seja agredido com alguma fake news ou desinformação”, disse o candidato, reclamando que as denúncias de assédio eleitoral no âmbito da Prefeitura de Curitiba teriam influenciado no resultado da eleição no primeiro turno.

Ainda segundo ele, as calúnias que Graeml alega estar sofrendo nada teriam a ver com sua campanha. “O que tem a ver comigo está nas minhas redes sociais, estará no nosso programa eleitoral. O resto não tem nenhuma ligação com a minha campanha. Eu já falei, eu vou continuar trabalhando com propostas porque a minha campanha, eu tenho as melhores propostas e eu quero apresentar para Curitiba um avanço com credibilidade, com segurança. Nós não podemos apostar numa aventura para a cidade de Curitiba porque nós não temos tempo para perder na cidade. Nós precisamos administrar Curitiba com muita serenidade, com experiência em gestão pública”, assegurou o candidato.

Finalmente, Pimentel também disse esperar que sua adversária se atenha às propostas para a cidade de Curitiba, porque o que estaria em jogo agora não seria o debate ideológico, mas sim o futuro da Capital. “Eu vou mostrar nos debates, nas entrevistas, nas sabatinas, muita tranquilidade. “Mas eu não vou aceitar qualquer ataque, qualquer crítica sem fundamento, que não vai colar em mim, como tentaram fazer no primeiro turno. Porque eu sou o que sou. Eu sou educado da forma que sou. Acredito no que eu acredito. Em cima dos nossos valores, da família, eu quero trabalhar por uma cidade para todos.”

“Da minha parte não há nenhum ataque”, afirma Graeml

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Cristina Graeml: “Eu estou sofrendo muitos ataques de disparos em massa no WhatsApp, muitas calúnias” (Foto: Franklin de Freitas)

Cristina Graeml recordou que esta é a segunda vez que ela fica frente a frente com Eduardo Pimentel. Isso já havia acontecido no próprio TRE, no dia da apuração do resultado do primeiro turno (no último domingo, 6 de outubro), e na saída de uma entrevista de uma emissora. Segundo a candidata, a ação promovida pela Justiça Eleitoral do Paraná é fundamental.

“Para mim é uma felicidade que o TRE promova esse tipo de ação, porque de minha parte não há nenhum ataque. A única medida que tomamos contra qualquer outra candidatura foi para que o Ministério Público Eleitoral e o Ministério Público Estadual investiguem a denúncia feita pela própria imprensa acerca de possível achaque de servidores da Prefeitura para doar compulsoriamente para a campanha de um candidato que já tem fundo eleitoral”, disse ela, recordando denúncias de assédio eleitoral divulgadas pelo jornal Metrópoles contra a candidatura de Pimentel, nas últimas semanas antes do primeiro turno da eleição.

Na sequência, a candidata ainda respondeu sobre uma suposta omissão de empresa em declaração de bens à Justiça Eleitoral (o caso está sendo investigado a pedido do diretório municipal do Cidadania, que apoia Pimentel, e pode resultar numa acusação de crime de falsidade ideológica eleitoral) e sobre a denúncia feita por um jornal de que seu plano de governo teria sido feito majoritariamente por inteligência artificial. Segundo ela, a empresa da qual seria dona, a Conline Conteúdo On-Line, está inativa porque a lei eleitoral não a permite trabalhar como jornalista. Já sobre o plano de governo, assegurou que foi feito por 200 voluntários.

“O meu plano de governo foi feito por 200 voluntários. Quem desenhou a conclusão do plano de governo fomos eu e o candidato a vice, que também vem sendo caluniado sistematicamente. E a gente fez a questão de colocar os nomes de todos que participaram. Não tem 200 nomes no fim do plano de governo porque muitos são servidores da Prefeitura com medo de represálias. Esses nomes estão anônimos, para preservá-los”, disse a candidata.