Celepar: mensagens teriam sido disparadas por empresa terceirizada. AEN

A Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná (Celepar) notificou a empresa Algar Telecom, responsável pela plataforma estadual Paraná Inteligência Artificial (PIÁ), serviço criado pelo governo do Estado para a oferta de serviços públicos digitais, para prestar esclarecimentos sobre SMS de apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

Neste fim semana, paranaenses que estão cadastrados na plataforma estadual Paraná Inteligência Artificial (PIÁ) receberam um SMS de apoio à reeleição do presidente Jair Bolsonaro.

O serviço é prestado pela Algar Telecom, contratada pela Celepar. A empresa “deve prestar os esclarecimentos de acordo com os parâmetros contratuais e repudia qualquer tentativa de uso político ou eleitoreiro a partir de suas plataformas de serviços e trabalha ativamente para combater esse tipo de atitude’, diz a Celepar em nota.

Já a Algar Telecom informou ter verificado “um acesso indevido à plataforma, com um IP que não pertence à operadora”. Esse IP seria o responsável pelo disparo irregular do SMS. A empresa declarou ainda que bloqueou a conta responsável pelos disparos, que analisa o caso internamento e que irá colaborar com a apuração dos fatos.

O contrato da Celepar com a Algar Telecom tem valor superior a R$ 4 milhões e prevê pagamento de R$ 0,0412 por SMS. A validade é agosto de 2024. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), o Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil (Nuciber/PCPR) iniciou investigações para apurar os responsáveis pelo disparo das mensagens. Ressaltou também que “empregará seus policiais especializados que deverão atuar em colaboração a órgãos federais”.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encaminhou ao Ministério Público Eleitoral o caso de disparo em massa de mensagens via SMS por canais oficiais do governo do Paraná. com ameaças antidemocráticas e apoio ao candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL).

A ocorrência será apurada pela Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação da Justiça Eleitoral. A Secretaria da Segurança Pública do Paraná (SESP) informou também que o Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil (Nuciber/PCPR) já iniciou as investigações para apurar os responsáveis pelo disparo: “A SESP empregará seus policiais especializados que deverão atuar em colaboração a órgãos federais”.

Leia a nota da Celepar

A Celepar nega categoricamente ser responsável pelo fato acontecido e noticiado pela imprensa neste sábado (24). Como consta no Boletim de Ocorrência nº 2022/989722 fica evidente que o ato ilegal foi cometido a partir de uma empresa terceirizada da Celepar, e os responsáveis deverão ser punidos no rigor da lei.

Em contrapartida, a Celepar vai seguir acompanhando a apuração dos fatos.

Reiteramos que em nenhum momento a Celepar teve ciência, autorizou ou enviou qualquer tipo de mensagem dessa natureza.
Os órgãos policiais e eleitorais já foram acionados em todas as esferas e os boletins de ocorrência realizados para fins de investigação.

Por outro lado, a Celepar notificou a empresa terceirizada para que preste os esclarecimentos de acordo com os parâmetros contratuais e repudia qualquer tentativa de uso político ou eleitoreiro a partir de suas plataformas de serviços e trabalha ativamente para combater esse tipo de atitude.

Por fim, a Celepar se manifesta contra qualquer ato antidemocrático tanto no Paraná, quanto no Brasil.

Leia a nota da Algar

“A Algar Telecom confirma a ocorrência de um acesso indevido à parte da sua base de dados, que ocasionou um disparo em massa de mensagens via SMS não autorizado pela empresa.

Desde a confirmação do ocorrido, a Algar Telecom iniciou uma investigação interna com o apoio de consultores especializados, a fim de identificar as causas, adotar medidas mitigadoras necessárias e tomar as providências técnicas e legais em resposta ao ocorrido.

Reiteramos que a proteção dos dados de nossos clientes, funcionários e da própria empresa é primordial para a Algar Telecom.”