Com 38 vagas, Câmara de Curitiba teve 45 vereadores nesta última legislatura

Quatro foram eleitos para outros cargos. Também houve licença e até cassação

Rodolfo Luis Kowalski
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Câmara Municipal de Curitiba (Foto: Carlos Costa/CMC)

Ao longo da 18ª Legislatura, que se encerra ao final deste ano, a Câmara Municipal de Curitiba teve 45 diferentes vereadores, mesmo contando com cadeira para somente 38 parlamentares. Isso ocorreu porque entre 2021 e 2024, por diferentes motivos, vereadores eleitos em 2020 acabaram se afastando do cargo, provisória ou definitivamente.

Entre os 38 vereadores que atualmente compõem a Câmara Municipal, por exemplo, quatro não foram eleitores diretamente em 2020 (o equivalente a 10,5% do total de representantes no Poder Legislativo). Ao alcançarem boas votações naquele pleito, entretanto, acabaram ficando na suplência dos vereadores eleitos por seus respectivos partidos. E assim que esses parlamentares deixaram a vereança, conseguiram assumir o mandato em seus lugares. São os casos de Angelo Vanhoni (PT), Bruno Pessuti (Podemos), Giorgia Prates (PT) e Rodrigo Reis (PL).

Com relação aos petistas, dois vereadores eleitos pelo partido em 2020 (Carol Dartora e Renato Freitas) acabaram alcançando outros cargos no pleito seguinte, em 2022 (ela, o de deputada federal; ele, o de deputado estadual). Além disso, a primeira suplente do partido, Ana Júlia Ribeiro (que chegou a assumir a vereança em dois de 2022, quando Freitas ficou afastado do cargo em razão da cassação do seu mandato parlamentar pela CMC, cujos efeitos foram suspensos pelo STF), também foi eleita deputada estadual em 2022. Dessa forma, as vagas de Dartora e Freitas acabaram sendo herdadas pelos 2º e 3º suplentes do PT, Vanhoni e Prates.

As situações de Pessutti e Rodrigo Reis também são parecidas, tanto que ambos também assumem o mandato no começo de 2023. O primeiro herdou a vaga de vereador que era de Denian Couto, que foi para a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). O mesmo aconteceu com Rodrigo Reis, que era o primeiro suplente do União Brasil e pôde assumir seu primeiro mandato após Flávia Francischini também seguir para a Alep. Já em 2024, durante a janela partidária, Reis migrou para o PL.

Além dos vereadores “trocados definitivamente”, também houveram situações em que parlamentares acabaram deixando o cargo provisoriamente e, por isso, foram temporariamente substituídos no exercício da função.

Cassações frustradas e licença-maternidade aumentam

Além dos vereadores “trocados definitivamente”, também houveram situações em que parlamentares acabaram deixando o cargo provisoriamente e, por isso, foram temporariamente substituídos no exercício da função.

Um caso, já citado, é o de Ana Júlia Ribeiro (PT), que em 2022 exerceu o mandato em duas ocasiões, substituindo Renato Freitas nos momentos em que o vereador foi afastado do cargo em razão da cassação de seu mandato parlamentar (cujos efeitos foram suspentos pelo STF).

Além dela, porém, o Mestre Pop (PSD) também chegou a retornar à Casa Legislativa para exercer seu terceiro mandato como vereador. Foi entre os dias 6 e 23 de junho de 2022, quando ele assumiu a vereança na condição de primeiro suplente do PSD, depois de o vereador Eder Borges ter a perda do mandato determinada pela Mesa Diretora, após o TJPR certificar que o parlamentar teve os direitos políticos suspensos em consequência de condenação transitada em julgado.

O caso, porém, teve um reviravolta poucos dias depois, após a Seção Criminal do TJPR emitir ofício ao Legislativo afirmando que houve erro ao emitir a certidão de trânsito em julgado que embasou a perda do mandato, já que ainda haviam recursos (Embargos de Declaração) pendentes de julgamento. Borges, então, retomou seu posto e Mestre Pop voltou à suplência. Já no ano passado, no final de agosto, o parlamentar informou que tal processo prescrever antes de ter transitado em julgado, o que resultou na extinção também de sua punibilidade. “Deus é justo”, chegou a comemorar o parlamentar no plenário da CMC no final de agosto do ano passado.

Finalmente, há ainda o caso de Rodrigo Marcial (Novo). Ele assumiu o posto de vereador em setembro de 2022, após a licença médica seguida de licença-maternidade de Indiara Barbosa. Permaneceu no cargo por cerca de oito meses, até março de 2023, quando a parlamentar eleita em 2020 retornou à Câmara após os períodos de licença.

Políticos que passaram pela Câmara Municipal de Curitiba e já não estão

Ana Júlia Ribeiro (PT): Exerceu o mandato duas vezes, na condição de 1ª suplente do Partido dos Trabalhadores (PT). Ela substituiu Renato Freitas (PT) nos dois momentos em que o vereador ficou afastado do cargo em razão da cassação do seu mandato parlamentar pela CMC, cujos efeitos foram suspensos pelo STF. Ana Júlia exerceu o mandato da posse, no dia 04/07/2022, até o dia 07/07/2022. Depois, do dia 23/08/2022 até 09/10/2022. Naquele mesmo ano, foi eleita deputada estadual.

Mestre Pop (PSD): Vereador entre 2013 e 2020, acabou retornando à Câmara Municipal para seu terceiro mandato entre os dias 6 e 23 de junho de 2022, assumindo como primeiro suplente do PSD, depois de o vereador Eder Borges ter a perda do mandato determinada pela Mesa Diretora após o TJPR certificar que o parlamentar teve os direitos políticos suspensos em consequência de condenação transitada em julgado. O caso, porém, teve um reviravolta poucos dias depois, após a Seção Criminal do TJPR emitir ofício ao Legislativo afirmando que houve erro ao emitir a certidão de trânsito em julgado que embasou a perda do mandato, já que ainda haviam recursos (Embargos de Declaração) pendentes de julgamento. Borges, então, retomou seu posto e Mestre Pop voltou à suplência.

Carol Dartora (PT): Em 2020, tornou-se a primeira mulher negra eleita vereadora na capital do Paraná. Em 2022, já foi eleita a primeira deputada federal negra na história do estado. E ao conseguir uma cadeira na Câmara dos Deputados, deixou a Câmara Municipal de Curitiba.

Denian Couto (Podemos): O jornalista e jurista de centro-direita foi eleito para seu primeiro mandato parlamentar, como vereador, em 2020. Em 2022, porém, já conquistou uma cadeira na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). E ao se tornar deputado estadual, deixou a vereança.

Flávia Francischini (União): Esposa do ex-deputado Fernando Francischini, foi eleita em 2020 para seu primeiro mandato como vereadora e ficou na Câmara Municipal até 2022, quando foi eleita deputada estadual.

Renato Freitas (PT): Mais um que foi eleito em 2020 para seu primeiro mandato e, dois anos depois, acabou conseguindo um novo cargo eletivo, o de deputado estadual.

Rodrigo Marcial (Novo): Assumiu a vereança em setembro de 2022, após a licença médica seguida de licença-maternidade de Indiara Barbosa. Permaneceu no cargo por cerca de oito meses, até março de 2023.

Os “novos” vereadores de Curitiba

Angelo Vanhoni (PT): Ex-deputado federal, assumiu no começo de 2023 seu terceiro mandato na CMC porque era o segundo suplente do Partido dos Trabalhadores, ficando com o cargo de vereador após Carol Dartora e Renato Freitas terem conquistado cadeiras na Câmara Federal e na Alep, respectivamente.

Bruno Pessuti (Podemos): Assumiu também seu terceiro mandato como vereador no começo de 2023, herdando a vaga na Câmara Municipal que era de Denian Couto (que foi para a Assembleia Legislativa).

Giorgia Prates (PT): Integrou o Mandata Coletiva das Pretas, que conquistou 3.582 votos em 2020 e ficou com a terceira suplência do PT na Câmara Municipal. Com a eleição de Carol Dartora para a Câmara Federal, e de Renato Freitas e Ana Júlia Ribeiro para a Assembleia Legislativa do Paraná, ela foi chamada para seu primeiro mandato na CMC.

Rodrigo Reis (PL): Conquistou 3.205 votos em 2020, quando estava no PSL. Em 2022, migrou para o União após a fusão do seu antigo partido com o DEM. E foi na condição de primeiro suplente do União que assumiu seu primeiro mandato, no lugar da deputada estadual Flávia Francischini. Em 2024, na janela partidária, migrou para o PL.