A sessão que pretende votar a MP dos Portos foi interrompida por um protesto na tarde desta terça-feira (14). Com uma faixa na mão, o deputado Toninho Pinheiro (PP-MG), se posicionou em frente à Mesa Diretora para protestar contra a retenção, pelo governo, de verbas para investimento em saúde indicadas por parlamentares. A MP dos Portos é prioridade do governo para modernizar a logística de transportes no país.
O protesto ocorreu em meio a uma troca de acusações entre o líder do PR, Anthony Garotinho (RJ), e líderes do DEM, Ronaldo Caiado (GO), e do PSDB, Carlos Sampaio (SP). Logo que subiu à Mesa, seguranças tentaram retirá-lo do local. Neste momento, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), advertiu que o regimento da Casa não permite esse tipo de manifestação do plenário.
Irritado, o deputado do PP, no entanto, resistiu às ordens para descer e insistiu em mostrar a faixa dizendo que o governo deixou de empenhar em 2012 R$ 8,3 bilhões em recursos de emendas parlamentares para a saúde. Após o tumulto, o parlamentar foi convencido por outros parlamentares a se retirar do plenário. O reinício da sessão foi marcado para as 17h30.
É a segunda vez que a sessão para votar a MP é interrompida nesta terça. O governo corre contra o tempo porque a MP perde a validade na próxima quinta-feira (16) e ainda precisa passar por votação no Senado para ir a sanção presidencial.
O principal foco de divergências entre os deputados se concentra numa emenda aglutinativa (que reúne várias alterações ao texto da MP acordado com o governo) do líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ). A emenda, no entanto, ficou esvaziada depois que o PT retirou dela uma proposta que exigia a realização de licitações pelo governo para portos privados; o governo pretendia que apenas portos públicos passassem por licitação, liberando portos privados apenas com chamada pública, um processo de seleção menos rigoroso.