Aconteceu ontem o primeiro turno das eleições municipais de 2024. E em Curitiba, Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) foram os dois “felizardos” do pleito, ficando respectivamente em primeiro e segundo lugar na disputa pela Prefeitura e avançando para o segundo turno. Mas quem teve de gastar mais, investir mais para alcançar uma votação expressiva? E quanto os dez candidatos a prefeito gastaram com suas campanhas?
Para responder às perguntas, o Bem Paraná apelou ao sistema Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Através da plataforma, é possível acompanhar as prestações de contas dos candidatos à Justiça Eleitoral, com dados atualizados até a última sexta-feira (4 de outubro).
E as informações prestadas pelos próprios candidatos e suas campanhas revelam que mais de R$ 25 milhões em despesas foram contratados pelas dez campanhas à Prefeitura de Curitiba. O “campeão” de gastos foi Eduardo Pimentel, com R$ 10,18 milhões. Outras campanhas milionárias foram as de Ney Leprevost (do União, com R$ 6,1 milhões), Luciano Ducci (do PSB, com R$ 5,1 milhões) e Maria Victoria (do PP, com R$ 3,1 milhões). Juntos, esses quatro candidatos foram responsáveis por 97,9% (R$ 24,49 milhões) de todas as despesas contratadas pelas campanhas de candidatos a prefeito.
Por outro lado, as campanhas que menos tiveram gastos foram as de Felipe Bombardelli (do PCO, que não gastou nada e também não recebeu nenhum recurso) e de Cristina Graeml, cujas despesas contratadas somaram R$ 6.197,40 (embora ela tenha recebido quase R$ 400 mil em recursos para fazer sua campanha).
Importante destacar que os dados disponibilizados pelo TSE foram atualizados até a última sexta-feira (4). É de se esperar, portanto, que os números mudem nos próximos dias.
Graeml gastou R$ 0,02 por voto recebido, enquanto Pimentel teve de investir R$ 32,50
Para saber quanto cada candidato teria despendido por voto, o Bem Paraná levantou o número de votos recebidos por cada um. Em seguida, cruzou essa informação com o total de despesas contratadas.
Maria Victoria, que recebeu 20.497 votos e gastou R$ 3,1 milhão, foi quem mais teve de gastar por voto recebido: média de R$ 151,33. Ney Leprevost vem em seguida, tendo recebido 60.675 votos, com gasto de R$ 100,58 por voto.
O mais interessante, no entanto, é verificar o quando os dois candidatos que seguem na disputa pela Prefeitura gastaram. E aí aparece uma diferença gritante.
Eduardo Pimentel, que liderou o 1º turno, recebeu 313.347 votos e declarou R$ 10,18 milhões em despesas contratadas. Por voto, então, teve de investir R$ 32,50, em média.
Cristina Graeml, por outro lado, recebeu menos votos (291.523), mas também gastou bem menos (R$ 6.197,40 em despesas contratadas). Para cada voto recebido, então, teria investido apenas R$ 0,02.
Ou seja, ela gastou 1,5 mil vezes menos do que ele.
Confira, abaixo, todos os detalhes sobre cada campanha dos candidatos a prefeito de Curitiba
Candidato | Partido | Votos recebidos | Despesas contratadas* | Recursos recebidos* | Gasto por voto |
Cristina Graeml | PMB | 291.523 | R$ 6.197,40 | R$ 393.123,49 | R$ 0,02 |
Eduardo Pimentel | PSD | 313.347 | R$ 10.184.039,11 | R$ 12.426.884,19 | R$ 32,50 |
Felipe Bombardelli | PCO | 341 | R$ 0,00 | R$ 0,00 | R$ 0,00 |
Luciano Ducci | PSB | 181.770 | R$ 5.099.030,55 | R$ 8.213.131,08 | R$ 28,05 |
Luizão Goulart | SD | 41.271 | R$ 246.217,00 | R$ 572.500,00 | R$ 5,97 |
Maria Victoria | PP | 20.497 | R$ 3.101.826,68 | R$ 4.577.000,00 | R$ 151,33 |
Ney Leprevost | União | 60.675 | R$ 6.102.867,79 | R$ 9.051.058,45 | R$ 100,58 |
Professora Andrea Caldas | PSOL | 8.021 | R$ 145.214,78 | R$ 250.945,00 | R$ 18,10 |
Roberto Requião | Mobiliza | 17.155 | R$ 92.899,00 | R$ 148.511,17 | R$ 5,42 |
Samuel de Mattos | PSTU | 569 | R$ 39.156,50 | R$ 46.685,00 | R$ 68,82 |
TOTAL | 935.169 | R$ 25.017.448,81 | R$ 35.679.838,38 | R$ 26,75 |