Gleisi pede ao STF acesso às delações de Paulo Roberto Costa e Youssef

Ela diz no documento enviado que as notícias são falsas e que tomará medidas contra as publicações

Redação Bem Paraná com G1

A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) pediu ao ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, acesso ao teor das delações premiadas do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. O documento foi enviado ao Supremo na quinta-feira (13) e é assinado pelos advogados Antonio Acir Breda, Juliano Breda e Flavia Trevisan, todos do Paraná.

O pedido foi feito antes de a Justiça Federal do Paraná deflagrar uma nova fase da Operação Lava Jato, na qual Alberto Youssef e Costa foram presos acusados de integrar esquema de lavagem de dinheiro. Ambos fizeram acordo de delação premiada e se comprometeram em entregar outros envolvidos e indicar como as provas podem ser obtidas. A nova fase da investigação, também baseada nessas delações, visa apurar o envolvimento de empreiteiras, que teriam pagado propina a agentes políticos, para ganhar contratos com a Petrobras.

No pedido ao Supremo, Gleisi argumenta que a revista “Veja” diz que Alberto Youssef afirmou na delação que destinou R$ 1 milhão à campanha dela ao Senado em 2010. O valor, conforme a revista, teria sido enviado em quatro parcelas e recebida por emissários em um shopping na cidade de Curitiba. Ela diz ainda que “O Estado de São Paulo” apontou como possível prova uma anotação na agenda de Yousseff com os dizeres “PB 0,1”, em referência ao marido da senadora, o ex-ministro Paulo Bernardo.

Ela diz no documento enviado que as notícias são falsas e que tomará medidas contra as publicações. Diz que se Veja e Estadão “criaram” o fato, vão responder, mas que Costa e Yousseff disseram isso de fato é fruto de “elaboração mental”.

Gleisi diz que, como os dois ficaram presos juntos, tiveram facilidade para inventar o fato. “Os depoimentos têm o nítido propósito de melhorar a posição dos delatores na negociação em torno da delação premiada.”

Por fim, ela nega ter recebido dinheiro, garante que tudo o que foi recebido foi declarado à Justiça Eleitoral, e diz que a coordenação da sua campanha não autorizaria captação de dinheiro de uma “figura envolvida em crimes graves”. Garante que nem ela e nem Paulo Bernardo conhecem Youssef.