PAULO ABBAS (MAIS VELHO) SAMUCA LEMOS ( MAIS JOVEM)
Paulo Abbas (MDB) e Samuca Lemos (PT): choque de gerações na disputa por uma cadeira na Câmara Municipal de Curitiba (Foto: Franklin de Freitas)

Na Eleição Municipal deste ano, 740 candidatos disputarão 38 vagas na Câmara Municipal de Curitiba (CMC). Ou seja, há 19,47 candidaturas registradas para cada cadeira em disputa. E a corrida eleitoral resultará, também, num verdadeiro choque de gerações, com nomes nascidos desde 1943 até 2005 concorrendo. De um lado, o discurso acerca da relevância da experiência no exercício de um cargo público, ainda mais um cargo representativo. Do outro, o apelo à necessidade de renovação na política.

E para retratar esse choque de gerações, o Bem Paraná foi conhecer o candidato mais jovem e o candidato mais velho a participar do pleito deste ano. São eles: Samuel Juliano Lemos Rancatti, o Samuca Lemos, que é do PT e tem 19 anos de idade; e Paulo de Tarso de Oliveira Abbas, o Paulo Abbas, que é do MDB e está com 81 anos de idade.

Afinal, o que pensam os dois candidatos? Como se posicionam politicamente? E quais suas propostas para a cidade? É o que você vai descobrir agora.

PAULO ABBAS (MAIS VELHO)
SAMUCA LEMOS ( MAIS JOVEM)
Paulo Abbas, 81 anos, e Samuca Lemos, 19: experiência X juventude (Foto: Franklin de Freitas)

A voz da juventude: “Busco trazer uma mudança, uma renovação para a política”

Aos 19 anos, Samuca Lemos participará em 2024 de sua primeira eleição na condição de candidato. Sua trajetória política, no entanto, teve início já há alguns anos, em 2018, quando ele participava de movimentos estudantis e se filiou à União da Juventude Socialista. “Eu busco trazer uma mudança, uma renovação para a política”, afirma o jovem, explicando ter se filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) por se identificar com a legenda que, segundo ele, luta pelas causas do povo e está muito ligada à população.

“Desde sempre eu tenho essa vontade de querer fazer a mudança na política, de ser a voz do povo. Daí neste ano me coloquei à disposição do meu partido para ser candidato a vereador, fui escolhido pelo partido e agora me ponho à disposição da população para ser o vereador do povo”, diz Samuca, relatando que, independente do resultado do pleito deste ano, pretende seguir em frente com a carreira política. “Nossa cidade, nosso estado e nosso país precisa de uma mudança, de uma renovação na política”, comenta.

Estudante de Psicologia na Faculdades Pequeno Príncipe, o jovem elege a educação, a saúde, a assistência social e a moradia como suas principais bandeiras de campanha. “A gente tem uma proposta, a gente quer dar direito às crianças carentes de ter o uniforme e o material escolar de graça, tudo custeado pelo município”, relata ainda o jovem candidato.

O peso da experiência: “Já transitei em todos os setores do Estado e ser vereador seria uma honra”

Paulo Abbas, candidato a vereador pelo MDB, participará em 2024 de sua terceira eleição. Em 1988 e em 2000, ficou na suplência para vereador, mas nunca chegou a assumir o cargo. Aos 81 anos de idade, ele ressalta as experiências que já teve atuando em diferentes funções nos três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), apresentando-se ainda como um conservador de centro-direita. “Não sou radical, mas sou conservador e acho que por aí podemos ter os melhores projetos para o benefício da cidade.”

Mas afinal, o que teria levado Abbas a voltar a disputar um pleito após um hiato de 24 anos? “Quero ser candidato, primeiro, pela honra de se merecer ser um vereador. Segundo, porque nós, como cidadãos, temos a obrigação moral de combater os erros que existem na política, que hoje ela está totalmente deteriorada no país”, aponta o candidato.

Quanto às propostas, sua primeira promessa é de fiscalizar cuidadosamente o dinheiro público. “Não vou ser aquele empregado do prefeito que vai concordar com tudo o que ele faz”, afirma. Além disso, ele também deseja criar um novo serviço público. Trata-se de uma creche para animais que seria mantida com o apoio de empresários, que ganhariam descontos no IPTU para colaborar com o projeto. E outra preocupação é com relação à população em situação de rua e a forma como a presença dessas pessoas acaba afetando o comércio local.

“Se eleito, vou ao Judiciário buscar uma providência no sentido de obrigar a autoridade a resolver a questão. Hoje temos um julgado do Supremo Tribunal Federal que determina que, em nome da liberdade individual, a polícia não pode agir com relação ao sujeito que está aí na rua. Vamos tentar, com argumentos condizentes e próprios, mudar esse espírito que existe no STF. Eu tenho a solução para isso, só não vou expor agora. Mas eu tenho a solução”, garante.