Lula recorre às redes sociais para apoiar candidatos no segundo turno após ausência

Estadão Conteúdo

Nas vésperas das eleições, após um período eleitoral marcado pela ausência ao lado de petistas e aliados por todo o Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou seu perfil no Instagram para compartilhar vídeos em apoio a candidatos que concorrem ao segundo turno em nove municípios brasileiros. Além de São Paulo, a presença mais frequente do presidente era esperada em outras capitais, como em Porto Alegre, que chega ao segundo turno sem a presença do petista.

O presidente entrou em cena nos 45 minutos do segundo tempo para declarar apoio às candidaturas de Willian Souza (PT), em Sumaré (SP); Catanho (PT), em Caucaia (CE); Valdeci Oliveira (PT), em Santa Maria (RS); Fernando Marroni (PT), em Pelotas (RS); Jairo Jorge (PSD), em Canoas (RS); Vinicius Castello (PT), em Olinda (PE); José Filippi (PT), em Diadema; Marcelo Oliveira (PT), em Mauá (SP); e Luiz Caetano (PT), em Camaçari (BA).

No mesmo cenário, variando a saudação entre “meus amigos e minhas amigas” e “companheiros e companheiras” antes de citar o nome da localidade, Lula segue um padrão. Aparece com as mãos cruzadas sobre uma mesa e pede que o eleitor vote no candidato em questão no dia 27. Em um dos vídeos, o presidente comenta que essa é a data do seu aniversário, e que o voto será “um presente” para ele.

Em duas das gravações, o presidente aparece sentado ao lado dos petistas Vinicius Castello, de Olinda, e Luiz Caetano, de Camaçari. Neles, há um aperto de mãos e, em seguida, o presidente bate a bola para os candidatos com alguma ligação pessoal com a localidade e perguntas sobre as intenções do político para um possível mandato, ou razões para o eleitor o escolher.

Como mostrou o Estadão, havia uma grande expectativa com a presença do presidente nas campanhas, mas foi frustrada, com Lula ausente durante boa parte do confronto político. No segundo turno, ele visitou apenas Fortaleza (CE), Natal (RN) e Camaçari (BA). Em algumas localidades, como São Paulo, a capital mais cobiçada desta disputa, tanto ele como o representante do polo oposto da polarização do País, Jair Bolsonaro (PL), não foram cabos eleitorais presentes nas campanhas de Guilherme Boulos (PSOL) e de Ricardo Nunes (MDB).

O Partido dos Trabalhadores passou para o segundo turno em 13 cidades, sendo quatro capitais, enquanto o PL de Bolsonaro disputa em 23 cidades, das quais nove capitais. Conforme mostrado no Estadão, Lula preferiu gravar lives a subir no palanque de candidatos do PT ou mesmo de concorrentes de partidos apoiados por ele para não sofrer reveses em votações no Congresso.

“Eu tenho uma base de apoio no Congresso que extrapola o meu partido. Vou fazer campanha, mas com muito cuidado, porque também não posso ser pego de surpresa e ter um revés no Congresso Nacional de descontentamento”, admitiu o presidente, em junho, em entrevista a uma rádio de Fortaleza.

Gleisi Hoffmann, presidente nacional do partido, endossou a explicação, afirmando ao Estadão que “em muitos locais, partidos que compõem o governo de coalizão estão disputando prefeituras”, motivo que teria mantido Lula longe das agendas, além da própria rotina como presidente.

Assim como Lula, Bolsonaro também tenta correr atrás do prejuízo. O ex-presidente visitou Cuiabá, Manaus, João Pessoa, Belo Horizonte, Palmas, Santarém, Anápolis, Aparecida de Goiânia e Santos. Na manhã deste sábado, 26, o ex-mandatário participou de uma motociata ao lado de Janad Valcari, candidata do PL para a prefeitura de Palmas, no Tocantins.