Segunda ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro, Ana Cristina Siqueira Valle terá de prestar em breve esclarecimentos ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ). É que ela foi convocada para depor sobre o período em que ficou lotada como chefe de gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), entre 2001 e 2008, sendo suspeita de ter contratado funcionários fantasmas e praticado a chamada “rachadinha”, quando funcionários do gabinete são obrigados a devolver parte dos salários.
O caso tramita em segredo de Justiça, mas o advogado de Ana, Magnum Roberto Cardoso, admitiu ao jornal O GLobo a convocação de sua cliente. A convocação foi feita em novembro e a expectativa é que o depoimento aconteça em janeiro – ainda não se sabe, porém, se no município do RIo de Janero ou de Resende, na região sul do Estado, onde atualmente vive e trabalha Ana, que é assessora de Renan Marassi, vereador do município.
As investigações do MP apontam que Carlos Bolsonaro, durante seu mandato como vereador, nomeou sete parentes de Ana Cristina no período em que ela viveu com o atual presidente da República numa união estável. Dois desses funcionários (Marta Valle e Gilmar Marques, ex-cunhados de Ana), contudo, já admitiram que nunca trabalharam para o vereador, embora estivessem nomeados. Além disso, ambos viviam em Minas Gerais enquanto estariam nomeados para trabalhar no gabinete do Rio de Janeiro.
A suspeita do Ministério Público é que pelo menos outros três dos parentes de Ana Critina jamais tenham dado expediente na Câmara: o advogado Guilherme Henrique de Siqueira Hudson, primo de Ana e que ficou lotado entre abril de 2008 e janeiro de 2018 como assessor-chefe de Arlos, mas jamais teve crachá da Câmara Municipal e desde 2012 possui residência fixa em Resende; Ananda Hudsonn, esposa de Guilherme e que foi nomeada entre 2009 e 2010, época em que cursava Letras em Resende; e Monique Hudson, cunhada de Guilherme e também estudante em Resende.