Na eleição mais acirrada da história, Dilma se reelege com 51,5%

Redação Bem Paraná

Dilma Rousseff (PT) conseguiu derrotar Aécio Neves (PSDB) numa das mais disputadas eleições da história do Brasil. Para alcançar a reeleição, a petista somou mais de 51%, enquanto o tucano ficou com 49%.

Para garantir a continuidade na presidência, Dilma teve de encarar uma disputa muito mais concorrida do que em 2010. Quatro anos atrás, a petista garantiu sua eleição em cima de José Serra (PSDB) quando 85,76% dos votos haviam sido apurados. Neste ano, a vitória só foi matematicamente garantida quando 98% dos votos foram apurados.

 

Na disputa presidencial mais acirrada desde o segundo turno das eleições de 1989, Dilma Rousseff (PT) é reeleita presidente do Brasil. Com vitória apertada em Minas (52%,4% dos votos), a petista perdeu em São Paulo: teve 35%, ante 64% de Aécio Neves (PSDB). Pela 3ª vez seguida, brasileiros dão novo mandato a um presidente. Neste domingo (26), a petista derrotou o tucano Aécio Neves (PSDB) em uma das mais disputas mais apertadas. No primeiro turno, Dilma teve quase 43,268 milhões de votos, ou 41,6% do total de válidos. Aécio recebeu 34,897 milhões de votos, ou 33,5%. Dilma largou atrás na corrida pelo segundo turno, segundo pesquisas eleitorais, mas virou na última semana, ficando à frente do tucano desde segunda-feira (20).

 

Pesquisa Datafolha finalizada neste sábado (25) já colocava Dilma à frente com 52% dos votos válidos, contra 48% de Aécio. Durante quase toda a segunda etapa das eleições os dois permaneceram empatados na margem de erro, de dois pontos percentuais. O governo Dilma Rousseff é aprovado por 44% dos eleitores, segundo o Datafolha. O percentual é mais que o dobro daqueles que desaprovam seu governo: 19% o consideram ruim ou péssimo, enquanto 36% o avaliam como regular. A taxa de aprovação de Dilma é inferior aos 52% que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha ao final de seu primeiro mandato, em 2006, mas superior ao índice de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) em 1998, quando o tucano foi reeleito à Presidência.

 

Dilma também fica no meio dos dois ex-presidentes entre aqueles que desaprovaram os respectivos governos. Lula terminou seu primeiro mandato com rejeição de só 14%, contra 25% que diziam ser o governo FHC ruim ou péssimo. Lula terminou seu segundo mandato, em 2010, com a melhor avaliação da história e conseguiu fazer sua sucessora. Em 2010, 83% dos eleitores consideravam sua gestão ótima ou boa. Após a gestão Lula, 84% dos brasileiros achavam que o país estava melhor do que antes. Naquele ano, a rejeição ao governo do petista atingia só 4% dos eleitores, e 13% o avaliavam era regular. Com Fernando Henrique ocorreu o oposto. Ele encerrou seus oito anos na Presidência, em 2002, com aprovação de só 26%, índice inferior ao do primeiro mandato, embora 35% dissessem em 2002 que o Brasil estava melhor do que oito anos antes. A rejeição ao tucano, na ocasião, alcançava 36% dos brasileiros, e ele não conseguiu fazer seu sucessor.

 

Mesmo assim, FHC saiu do governo em melhor situação do que José Sarney (1985-1990) e Fernando Collor de Mello (1990-1992), que deixou o Planalto após o impeachment com apenas 9% de aprovação. Itamar Franco, com 41%, também finalizou seu período na Presidência (1992-1994) melhor que FHC, que foi seu ministro da Fazenda na implantação do Plano Real e eleito na sequência. O mineiro, no entanto, havia sido eleito presidente, já que assumiu após Collor deixar o cargo.

Biografia

Nascida em Belo Horizonte em 1947, Dilma participou da luta armada contra a Ditadura Militar, quando integrou organizações como o Comando de Libertação Nacional (COLINA) e a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Por isso, passou três anos (entre 1970 e 1972) presa.

Depois, recomeçou a vida no Rio Grande do Sul ao lado de seu companheiro, Carlos Araújo, e participou da fundação do Partido Democrático Trabalhista (PDT). Entre 1985 e 1988 foi a Secretária Municipal da Fazenda de Porto Alegre. Depois, entre 1993 e 1994, comandou a Secretaria de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul, cargo que voltou a ocupar entre 1999 e 2002.

Em 2001 se filiou ao Partido dos Trabalhadores (PT) e participou no ano seguinte da equipe que formulou o plano de governo de Luiz Inácio Lula da Silva para a área energética, ocupando a função de Ministra de Minas e Energia entre 2003 e 2005. Deixou o cargo em junho, quando se tornou a Ministra-chefe da Casa Civil. Desde 2011 está na presidência do Brasil, cargo que irá ocupar até 2018, com o PT totalizando quatro mandatos seguidos na presidência da República.