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A Câmara de Curitiba (Rodrigo Fonseca/CMC)

O patrimônio dos 34 vereadores de Curitiba que buscam a reeleição no pleito que ocorre em outubro próximo teve um incremento expressivo ao longo dos últimos quatro anos. Segundo as declarações de bens entregues pelos próprios políticos à Justiça Eleitoral, em 2020 seus patrimônios, reunidos, somavam R$ 15,3 milhões, uma média de R$ 450 mil por parlamentar. Já em 2024, o total de bens declarados por esses mesmos candidatos chegou ao montante de R$ 19,7 milhões, um avanço de 28,8% e que fez o patrimônio médio dos parlamentares chegar a R$ 580 mil.

As informações ora apresentadas foram obtidas pelo Bem Paraná através do sistema Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Essa página, inclusive, permite a qualquer interessado consultar as declarações de bens apresentadas por aqueles que disputam as Eleições 2024. Nas declarações constam bens em nome próprio, como casas, apartamentos, chácaras, fazendas, carros e motos. Além disso, os políticos também precisam declarar os valores de participações em empresas, negócios próprios, saldos em contas-correntes, poupanças, ações em bolsa e outras aplicações.

Entre os 34 parlamentares que estão em busca de um novo mandato na Câmara Municipal de Curitiba (CMC), 24 conseguiram aumentar seus patrimônios.

Em termos proporcionais, quem mais enriqueceu foi Toninho da Farmácia (PSD). Em 2020, quando foi em busca de seu terceiro mandado legislativo, ele havia declarado à Justiça Eleitoral possuir um patrimônio avaliado em R$ 40.310,02. Já neste ano, o valor dos bens listados pelo político chegou a R$ 489.074,03. Ou seja, seu patrimônio cresceu 12 vezes (+1.113,3%).

Outros dois parlamentares que conseguiram multiplicar o patrimônio que possuíam foram Marcelo Fachinello (PODE) e Serginho do Posto (PSD).

O primeiro, que está em seu primeiro mandato parlamentar e preside a Casa desde o ano passado, conseguiu saltar de um patrimônio de R$ 35.521,82 para R$ 129.382,44, uma alta de 264,2%. A maior parte dos bens é referente a uma carta de crédito (consórcio da Ademicon no valor de R$ 100 mil) que é paga todos os meses e ainda não foi contemplada, explicou o parlamentar através de sua assessoria.

Já o segundo, que está desde 2005 na CMC, conseguiu multiplicar seu patrimônio em 3,5 vezes (alta de 251,7%) nos últimos quatro anos. Com isso, passou de R$ 239.145,17 para R$ 841.054,00.

Já em valor absoluto, os vereadores que mais aumentaram o patrimônio foram outros dois: Angelo Vanhoni (PT) e Rodrigo Reis (PL).

O petista, que é ex-deputado federal, iniciou a legislatura de 2021-2024 na suplência, mas assumiu uma cadeira na Câmara Municipal após Carol Dartora e Renato Freitas (ambos do PT) conquistarem vagas na Câmara Federal e na Alep, respectivamente. Em 2020, havia declarado possuir um total de R$ 618.221,71 em bens. Quatro anos depois, seu patrimônio já havia chegado a R$ 1.794.640,16 – uma alta de 190,3%.

O vereador do partido de Jair Bolsonaro, por sua vez, foi eleito para seu primeiro mandato declarando ter um patrimônio de R$ 700.062,25. Quatro anos depois, vai buscar a reeleição com R$ 1.727.744,39 em bens, um avanço de 146,8%.

Dez vereadores “empobreceram” entre uma eleição e outra

Além dos 24 vereadores que conseguiram incrementar seus patrimônios, também chama a atenção o fato de outros dez parlamentares terem declaro menos bens à Justiça Eleitoral em 2024 do que em 2020.

O caso mais curioso é o de Salles do Fazendinha (REDE), que há quatro anos havia declarado possuir um total de R$ 905 mil em bens, com duas casas e um consórcio não contemplado para aquisição de um terceiro imóvel. Já neste ano, disse não ter bens a declarar à Justiça Eleitoral.

Situações parecidas ocorreram com Eder Borges (PL), Sidnei Toaldo (PRD) e Osias Moraes (PRTB).

O primeiro havia declarado em 2020 possuir R$ 100 mil em aplicações financeiras. Já em 2024, seu patrimônio era de R$ 5.698,53, uma redução de 94,3%.

O segundo já havia apresentado uma relação com R$ 496 mil em bens à Justiça Eleitoral em 2020. Neste ano, o montante já havia caído para R$ 123.206,89 — uma redução de 75,2%.

Finalmente, Osias Moraes havia dito possuir um patrimônio de R$ 89.080,61 quatro anos atrás. Em 2024, já alegou não ter bens a declarar à Justiça Eleitoral.