TEMPO BOM PARQUE BARIGUI
Candidatos a prefeito de Curitiba: apenas Cristina Graeml e Eduardo Pimentel seguem na disputa (Foto: Franklin de Freitas)

Com Cristina Graeml (PMB) e Eduardo Pimentel (PSD) no segundo turno da eleição para prefeito de Curitiba, o tabuleiro político na cidade começa a se movimentar. Nesta terça-feira (8 de outubro), dois dias após o pleito, candidatos e partidos que tentavam chegar à Prefeitura de Curitiba começaram a definir suas posições a favor de um ou outro lado, ou ainda permanecendo neutros com relação à disputa que será travada no próximo dia 27.

O PP (Progressistas), partido de Maria Victoria (que fez 20.497 votos no primeiro turno, o equivalente a 2,19% dos votos válidos na Capital), já anunciou que vai apoiar Pimentel. A decisão, informa a jornalista Martha Feldens, foi tomada em reunião no fim da tarde de segunda-feira (7), mas só foi anunciada oficialmente nesta terça-feira.

“Eduardo Pimentel é a melhor opção para a cidade. Vamos contribuir na campanha com o nosso time e com sugestões para a construção de uma Curitiba ainda melhor para todos”, disse Maria Victoria.

Ducci defende que PSB fique neutro…

O PSB, partido de Luciano Ducci (que ficou em terceiro lugar no 1º turno, com 181.770 votos ou 19,44%), já vai defender que sua coligação fique neutra. Na próxima quinta-feira, a sigla se reúne com outros partidos da Coligação Curitiba + Social e Humana, PDT, PT, PcdoB e PV. O PSB argumenta que nenhuma das candidaturas que concorre ao segundo turno assumiu compromisso com as propostas apresentadas por Ducci

“A cidade precisa de avanços e mudanças. Então em nome do respeito aos eleitores curitibanos que queriam uma administração mais voltada aos problemas sociais, (…) a recomendação do partido é pela neutralidade”, diz Ducci.

… E outros partidos e candidatos à esquerda devem seguir mesmo caminho

O PSTU Curitiba, que teve Samuel de Mattos como candidato (ele conseguiu 569 votos, o equivalente a 0,06% dos votos válidos), já anunciou que chamará o voto nulo no 2º turno. “Isso porque ambos os candidatos representam o que há de pior para os trabalhadores da cidade. Mesmo que Cristina seja a expressão mais nojenta do bolsonarismo e reproduza seu discurso conservador, Eduardo não é diferente no programa”, escreveu o partido.

O caminho deve ser o mesmo a ser seguido pelo PSOL, cuja candidata a prefeita Andrea Caldas já apontou que a disputa em segundo turno “expõe um cenário alarmante de polarização política, dominado por duas candidaturas de extrema-direita vinculadas a Jair Bolsonaro.

“É fundamental reconhecer que, diante da falta de alternativas significativas, o voto nulo se torna não apenas uma opção, mas um ato de resistência e uma afirmação de insatisfação”, escreveu Caldas nas redes sociais. “Quem votar no Pimentel ou na Cristina, seja porque motivo for estará dando aval ao que fizerem. Com Pimentel e seu vice do partido Bolsonaro virá privatização dos serviços públicos e perseguição ao funcionalismo, com Cristina e o lavajatismo virá a perseguição às pautas das minorias e da esquerda. A saída é o voto nulo ativo e a luta por quatro anos na oposição”, emendou ainda ela.

Requião fala em avaliar o melhor para Curitiba: “Não me venham com essa conversa mole de combate ao fascismo!”

Já Roberto Requião (Mobiliza), que fez 17.155 votos no primeiro turno (1,83% dos votos válidos), deve se manter neutro. Em vídeo publicado em suas redes sociais, ele defendeu que os eleitores avaliem “com cuidado” as propostas de cada candidato a prefeito para tomar uma posição correta. Não declarou apoio a Graeml, mas fez duras críticas ao PT e às gestões do PSD (partido de Pimentel) na Prefeitura de Curitiba (com Rafael Greca) e no Governo do Estado (com Ratinho Junior).

“Agora estão com essa conversa de ‘tem que apoiar o Pimentel contra o fascismo’. Eu acho que tem de comparar as propostas. Porque quem privatiza a Copel, privatiza a Prefeitura inteira”, afirma Requião. “Agora é Cristina Graeml e Pimentel, um de cada lado. Vamos avaliar qual será o melhor para Curitiba, qual se afasta das privatizações. Vamos deixar de lado essa palhaçada de luta contra o fascismo. Não há isso de luta contra o fascismo.”