Presença no segundo turno alavanca arrecadação de Cristina

Após o pleito no começo de outubro, recursos recebidos pela candidata cresceram 45%

Rodolfo Luis Kowalski
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Cristina Graeml: mais dinheiro (Franklin de Freitas)

A presença no 2º turno da eleição que definirá o próximo prefeito de Curitiba garantiu também um novo fôlego no caixa de Cristina Graeml. Segundo informações disponibilizadas pela Justiça Eleitoral, em uma semana a candidata do Partido da Mulher Brasileira (PMB) viu o montante de recursos recebidos por sua campanha crescer 44,8%. Ainda assim, a diferença com relação ao poderio econômico de seu adversário, Eduardo Pimentel (PSD), é grande.
De acordo com dados extraídos do sistema Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais (DivulgaCand), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a campanha de Cristina havia arrecadado, até o dia 4 de outubro (a sexta-feira antes do pleito, realizado no domingo, dia 6), R$ 393.123,49. Uma semana depois, no dia 11 de outubro (última sexta-feira), o total de recursos recebidos pela candidata já havia alcançado a marca de R$ 569.254,53.
Ou seja, em sete dias houve um incremento de 44,8% no montante de recursos recebidos pela candidata.
Empresário investigado no STF é o principal doador – O principal doador para a campanha de Cristina, conforme o DivulgaCand, é Otávio Oscar Fakhoury. Ele teria contribuído com R$ 50 mil, através de duas doações feitas através de transferência PIX: uma de R$ 20 mil (feita em 30 de setembro) e outra de R$ 30 mil (feita em 2 de outubro).
Fakhoury é empresário e foi investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) em inquéritos que apuram fake news e a organização de atos antidemocráticos – em trocas de mensagens, inclusive, foi flagrado discutindo com o ex-deputado Roberto Jefferson, ex-presidente nacional do PTB, uma proposta para dissolver o STF e o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele foi presidente do diretório do antigo PTB em São Paulo.
Nas redes sociais, se define como “conservador, antiglobalista e anticomunista”. Nas eleições deste ano, apoiou diversos candidatos de direita em São Paulo, com doações para o candidato a prefeito Pablo Marçal (PRTB), o vereador Rubinho Nunes (União Brasil), o influenciador Paulo Kogos (União Brasil) e o ex-BB e ex-comentarista da Jovem Pan Adrilles Jorge (União Brasil).
Já o segundo principal doador da campanha, com uma contribuição de R$ 20 mil, é o médico psiquiatra e empresário Augusto Fonseca da Costa. Num vídeo de 2020, uma live transmitida pela Associação Comercial e Industrial de Cascavel (Acic), ele chega a definir a pandemia de Covid-19 como uma “panicodemia”, afirmando ainda que o clima de pânico em meio à crise sanitária teria atingido a sociedade com “efeitos mais danosos, mais nocivos, do que a própria pandemia do vírus.” Na mesma ocasião, defendeu o tratamento precoce com medicamentos como a hidroxicloroquina e criticou medidas mais robustas de isolamento social.
Valor de Pimentel não sofre alteração
Eduardo Pimentel, adversário de Cristina no segundo turno, já recebeu R$ 12.426.884,19 para fazer sua campanha pela Prefeitura de Curitiba. O valor não sofreu alteração desde o fim do 1º turno do pleito.
Desse montante, a maior parte (o equivalente a R$ 12 milhões, ou 97% do total) dos recursos são valores repassados à candidatura pelo próprio Partido Social Democrático (PSD) ou pelo Partido Liberal (PL), sigla à qual pertence o candidato a vice de Pimentel, Paulo Martins. Depois das legendas, o principal doador da campanha é Rubens Slaviero, avô de Eduardo, que contribuiu com R$ 230 mil para a campanha do neto.