Copel: oferta pública é a maior operação do ano. (Franklin de Freitas)

A Copel começa a semana decisiva para a privatização da empresa nesta segunda-feira (7), com o fim do prazo para a reserva dos papéis, e a finalização, nesta terça-feira (8), do processo de bookbuilding, pelo qual instituições financeiras que coordenam a operação definem o preço das ações com base no interesse de potenciais investidores. No dia seguinte, quinta-feira (10), a companhia abre a oferta pública de ações que pode levantar entre R$ 4,3 bilhões e R$ 5 bilhões.

A demanda para participar da operação chega perto dos R$ 10 bilhões, o dobro do tamanho original da transação. A expectativa é que o interesse cresça ainda mais, pois muitos investidores deixam para colocar suas ordens nos momentos finais.

Parte da demanda tem vindo de investidores estrangeiros, com os quais os bancos coordenadores já conversam há alguns meses. A gestora norte-americana GQG se comprometeu a levar US$ 100 milhões das ações que serão oferecidas na transação. Outro é a gestora, também americana, Zimmer, que investe no setor de petróleo, energia e saneamento. Entre os papéis em sua carteira estão a Duke Energy, a Cheniere Energy, de Houston, e a Eletrobras.

A maior parte da demanda, por enquanto, é de investidores locais. Ainda entre as gestoras que deram ordens, fontes citam a carioca SPX. Antes de a operação ir a mercado, foi feito um mapeamento do interesse dos investidores, que constatou que havia apetite para todos os papéis. A Copel irá ofertar inicialmente 549 milhões de ações ordinárias (ON, com direito a voto), sendo a distribuição primária de 229,9 milhões de ações. Neste caso, o dinheiro deve ser usado para pagar a renovação da concessão da hidrelétrica. Já o Estado do Paraná deve vender 319 milhões de ações. Ao todo, a oferta pode movimentar R$ 5 bilhões, uma das maiores do ano.

Referência – O preço de referência é de R$ 7,85 por ação. Segundo fontes, os bancos podem tentar vender a ação na casa dos R$ 8,00. Na B3, o papel era negociado a R$ 8,63 na tarde da sexta-feira. No último dia 2, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou o valor de R$ 3,72 bilhões a ser pago pela elétrica paranaense pela renovação das concessões de três usinas hidrelétricas. Ao lançar a oferta de ações no final de julho, a própria empresa havia alertado que uma decisão contrária do TCU poderia inviabilizar o andamento da operação.

A companhia estima que o “follow on”, ou oferta subsequente, pode movimentar até R$ 4,96 bilhões, considerando a colocação de um lote suplementar de 15% do total de ações e com base no preço de R$ 7,85 da ação no fechamento do dia 24 de julho. No acumulado de 2023, até 4 de agosto, as ações da Copel acumulam ganhos de 8,5%, contra a alta de 8,9% do Ibovespa no mesmo período.