Pedro de Oliveira/Alep

O Ministério Público do Paraná (MPPR) denunciou o deputado estadual Ricardo Arruda (PL) por tráfico de influência. Pela acusação, o parlamentar é suspeito de receber quase R$ 500 mil para influenciar o andamento de pedidos de outras pessoas junto ao Governo e ao Judiciário. Ainda nesta terça-feira (14), o deputado foi destituído da presidência do diretório do PL em Curitiba.

Segundo o MPPR, Arruda “atuava com seu prestígio de deputado estadual, passando credibilidade e segurança aos serviços ilícitos oferecidos pelo gabinete parlamentar” e seus assessores “faziam os contatos, angariavam pessoas que almejavam algum benefício junto a administração público estadual ou mesmo junto ao Poder Judiciário”.

Pela denúncia, Arruda responde também por peculato (desvio de dinheiro público para uso pessoal) e associação criminosa. Além de Arruda, também foram denunciados Débora Moreira Cezar, Fabio Abel Manfrin Nonato e Fernando Aparecido Julião, ex-assessores do parlamentar.

A denúncia foi formalizada em 2020 e estava sob sigilo, mas o caso se tornou público. O trâmite ocorre no Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), já que Arruda, por ser deputado, tem foro privilegiado. Como provas, o MPPR cita gravações de conversas, trocas de mensagens, registros de entrada e saída da Assembleia Legislativa e oitivas de testemunhas.

Ao telejornal ‘Boa Noite Paraná’, da RPC, negou tudo. “Não foi comigo, foram com assessores meus. Eu, no primeiro mandato, montei o gabinete com indicações e infelizmente errei nas contratações, peguei pessoas criminosas e não são assessores. Foram exoneradas imediatamente, foi feito boletim de ocorrência contra elas e feito um processo contra elas”, afirmou.

Destituição

Após denúncia, Arruda foi destituído da presidência do diretório do PL em Curitiba. A iniciativa foi do presidente do PL do Paraná, o deputado federal Fernando Giacobo. Segundo ele, a decisão está tomada até que as denúncias apresentadas ao MPPR sejam apuradas. Outro fator que pesou contra Arruda ocorreu nesta terça-feira (14), quando ele teria chamado de “bandido” o líder do PL na Assembleia Legislativa, deputado Delegado Jacovós.