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Mulheres (foto: Divulgação)

Dos 399 municípios do Paraná, apenas um será governado por duas mulheres a partir de janeiro de 2025. Renascença, no Sudoeste do estado, elegeu Fabieli Manfredi como prefeita e Elenir Maffissoni como vice, ambas do PDT. Em todo o estado, foram eleitas 36 prefeitas e 70 vice-prefeitas.

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Nos três municípios paranaenses em que as eleições para a prefeitura serão decididas em segundo turno há mulheres na disputa, sendo que em Ponta Grossa, o eleitorado terá que decidir entre a atual prefeita, Elizabeth Schmidt (União Brasil) e a deputada estadual Mabel Canto (PSDB). 

Em Curitiba, a população terá que decidir entre Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml e em Londrina concorrem Tiago Amaral (PSD) e a Professora Maria Tereza (PP). 

Poder das mulheres: de vereadora mais votada a prefeita 

Fabieli Manfredi completará 36 anos no próximo dia 28 de outubro. Com os pais, Mari Janes Manfredi e Sadi Aristides Manfredi, aprendeu a importância da participação política logo cedo. Em 1992, seu pai foi o vereador mais votado pelo PDT. E, 28 anos depois, em 2020, Fabieli repete o feito sendo eleita a vereadora mais votada do município. 

Psicóloga, especialista em Gestão de Recursos Humanos e em Psicologia do Trânsito, Fabieli possui pós-graduação em Saúde Mental e Gerontologia e está concluindo sua formação em Análise do Comportamento Aplicada (ABA). 

Há oito anos, se dedica ao voluntariado na causa animal e nos últimos dois anos, também à causa autista, sendo a idealizadora da Associação dos Pais e Amigos dos Autistas de Renascença.

“Foi por meio do voluntariado que surgiu o desejo de ingressar na política. Inicialmente, pretendia disputar novamente uma vaga no legislativo nas eleições deste ano, mas, durante uma reunião com membros do PDT, surgiu a proposta de disputar o executivo”, contou. 

Para compor a chapa, Fabieli escolheu como vice sua amiga e parceira na causa animal, Elenir Maffissoni (Maninha), formando uma candidatura feminina e comprometida com as demandas da comunidade.

Fabieli tem união estável com Dilmar Giacomini Júnior, que também vem de família envolvida na política, neto do ex-prefeito Geraldo Giacomini (in memorian).

Percentual de mulheres eleitas

Fabieli e Elenir fazem parte dos 19,7% de mulheres eleitas pelo PDT no Paraná. Esse percentual, referente aos dados do primeiro turno, é maior que o percentual de mulheres eleitas no Brasil, que ficou em 17,9%, e do estado, que foi de 16,9%.

Em comparação com 2020, o PDT aumentou o percentual de mulheres eleitas em 8% no Paraná, passando de 11,7% para 19,7% em 2024. 

O partido elegeu 96 pessoas, sendo quatro prefeitos e uma prefeita, quatro vice-prefeitos e três vice-prefeitas, 69 vereadores e 15 vereadoras. 

Em termos numéricos gerais, nas eleições de 6 de outubro o Paraná elegeu 797 mulheres e 3.898 homens. Além das 36 prefeitas e 70 vice-prefeitas, foram eleitas 691 vereadoras. 

PDT Paraná aumenta representatividade feminina no legislativo

Fazendo um paralelo a partir das eleições municipais de 2016, o PDT Paraná tem aumentado a proporção de mulheres eleitas para as Câmaras Municipais em relação aos homens. 

Do total de vagas conquistadas pelo partido nos legislativos municipais em 2016, 9,59% era ocupado por mulheres. Em 2020, esse percentual passou para 12,94% e nas últimas eleições, as vereadoras eleitas pelo PDT representam 17,85% das vagas conquistadas. 

Para o presidente do PDT Paraná, deputado estadual Goura, o comprometimento do partido com o aumento da representatividade, além da legislação eleitoral, é um fator que tem contribuído para esses resultados. 

Em 2020, o PDT Paraná em parceria com a Fundação Leonel Brizola – Alberto Pasqualini, promoveu um curso de formação política exclusivamente para mulheres pré-candidatas.

Foram 12 encontros programados e mais uma aula bônus, cada um com 1h30min de duração. Toda a programação foi pensada de forma a abordar assuntos que chamassem a atenção para a importância da participação da mulher como protagonista na elaboração de políticas públicas nos mais diversos segmentos. Os cursos de formação também aconteceram em 2024.

No início de 2023, quando Goura assumiu a presidência estadual do partido, o PDT lançou o Monitor de Diversidade e, junto com ele, uma resolução determinando que “todos os órgãos partidários municipais cumpram o Art. 12 do nosso Estatuto, no que diz respeito ao mínimo de 30% de mulheres, buscando, além disso, a paridade de gênero (50%) e a participação de pessoas negras e indígenas’. 

“O resultado de todas essas ações partidárias e o cumprimento da legislação eleitoral pode ser visto nas eleições de 2024 com o aumento do percentual de mulheres eleitas”, afirmou Goura.  

Cargos Executivos 

Em relação ao percentual de mulheres eleitas para cargos executivos, a participação das mulheres pedetistas aumentou de 2,7% em 2020 para 33,3% em 2024. 

Na eleição de 2020, dos 36 cargos executivos conquistados pelo partido, apenas um foi ocupado por uma mulher. Em 2024, foram 12 cargos entre prefeitos e vices, sendo que quatro deles serão exercidos por mulheres. 

O que diz a legislação

A legislação eleitoral brasileira estabelece de forma obrigatória desde 2009 um percentual mínimo de candidaturas para cada gênero, a chamada cota de gênero, de 30%, para as listas de candidaturas proporcionais. Além da cota de candidaturas, o regramento eleitoral brasileiro tornou obrigatória a partir das eleições de 2022, com a promulgação da Emenda Constitucional 117 (originária da PEC 18/2021), a destinação de no mínimo 30% dos recursos públicos para campanha eleitoral às candidaturas femininas. Os partidos também devem reservar no mínimo 30% do tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão às mulheres.