TRE do Paraná testa novos recursos de acessibilidade das urnas eletrônicas

Estadão Conteúdo
TRE do Paraná testa novos recursos de acessibilidade das urnas eletrônicas

TRE do Paraná testa novos recursos de acessibilidade das urnas eletrônicas

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) testou na tarde desta última quarta-feira, 19, os novos recursos de acessibilidade das urnas eletrônicas disponibilizados pela Seção de Voto Informatizado do Tribunal Superior Eleitoral (Sevin/TSE).

Com auxílio do Instituto Paranaense dos Cegos, a simulação ocorreu no Laboratório de Inovação e Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Liods) do TRE-PR. Participaram das atividades o desembargador Sigurd Roberto Bengtsson e o secretário da Tecnologia da Informação (STI) do TSE, Júlio Valente.

O novo recurso auditivo visa ampliar a acessibilidade para pessoas cegas. O modelo estará disponível nas eleições municipais deste ano e será habilitado automaticamente para todos que informaram a Justiça Eleitoral de sua condição até o mês de maio, quando encerrou o período para cadastro e adequação da situação eleitoral.

“Se não houve essa comunicação prévia, no dia da eleição, quando for votar, basta manifestar o desejo de utilizar um fone de ouvido, e o mesário tem a possibilidade de liberar o áudio”, acrescentou Valente.

Teste e acessibilidade

O técnico em informatica, Gilberto Yoshikazu Ozawa, que participou dos testes de acessibilidade, contou a sua experiência com a tecnologia.

“Há a opção de aumentar o volume, mas não senti necessidade, porque está bem compreensível. Agora a urna também fala quem é o candidato para o eleitor confirmar, dando mais segurança ao voto. Sinto que as pessoas com deficiência vão se sentindo mais integradas com a acessibilidade, porque precisam de menos ajuda e podem votar em menos tempo”, relatou.

Além da voz, as urnas eletrônicas já contam com recursos de acessibilidade como o Sistema de Braile, a identificação da tecla “5” e intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) na tela.

Acessebilidade com voz sintetizada Letícia 

Lançada neste ano pelo TSE, a voz sintetizada Letícia é um recurso auxiliar que visa garantir a acessibilidade a pessoas com deficiência visual. A voz guiará cegos ou pessoas com baixa visão durante o momento de votar.

A guia auditiva oferecerá instruções para dar início ao processo, assim garantindo mais autonomia e sigilo do voto aos usuários da tecnologia. Ela informará cada cargo em votação, assim como os nomes dos candidatos, os números e os partidos.

O recurso e acessibilidade já existia em eleições passadas, desde os anos 2000, porém, foi atualizado em 2020 e agora conta com uma nova versão a partir da recomendação do Organização Nacional de Cegos do Brasil (ONCB).

Antes, os nomes dos candidatos não eram informados e a voz era menos humana. Com a atualização, a proposta é que a fala do sintetizador seja mais natural e humanizada.

A voz em questão é da atriz e cantora da cidade de Volta Redonda (RJ) Sara Bentes, que nasceu com deficiência visual. Ela doou sua voz ao programa RHVoice, um banco de vozes público que converte o texto em fala e que foi usado para fazer a atualização nas urnas eletrônicas.

“Tudo o que venho fazendo, seja em relação à voz Letícia, seja por meio da minha arte, é para promover mais equidade, é para valorizar a diversidade, é para trazer mais consciência e para melhorar a vida das pessoas. Ser a voz da urna é uma realização muito forte, muito significativa, muito bonita, porque faz parte de tudo que eu acredito e de todo meu movimento por mais inclusão e mais acessibilidade”, diz Sara.

A voz sintetizada foi batizada como Letícia por ser o segundo nome da autora.

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