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Velório da Primeira-Dama Margarita Sansone, no Memorial de Curitiba, é aberto ao público. (Luís Pedruco)

O velório da primeira-dama de Curitiba, Margarita Sansone, foi aberto ao público às 10 horas desta manhã de quarta-feira, 21 de agosto, no Memorial de Curitiba, no Largo da Ordem. A missa em homenagem a Margarita será às 15h, também no Memorial de Curitiba.

O sepultamento acontecerá na sequência, no Cemitério Municipal São Francisco de Paula, em Curitiba. Ela morreu nesta terça (20) após lutar contra um linfoma e ficar internada desde o início da agosto no Hospital Marcelino Champagnat.

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População de Curitiba faz fila em velório da Primeira-dama Margarita Sansone, no Memorial de Curitiba. (Luís Pedruco)

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Prefeito Rafael Greca, fala dos 50 anos de união dele com Margarita Sansone: “Só fez bem a minha alma e eu sou muito orgulhoso dela. Mas ela, no leito de morte, ainda me disse, eu estou muito contente com você. Só isso pode aliviar essa minha dor”. (Luís Pedruco)

Greca ressalta trabalho social da Primeira-dama, em despedida

O prefeito Rafael Greca agradeceu a presença de todos ao velório de Margarita. “Muito obrigado pela delicadeza de vocês virem aqui”, disse. Greca ressaltou que o local do velório foi escolhido por simbolizar o amor de ambos por Curitiba.

“Nesse prédio perto da Igreja da Ordem, da Igreja do Rosário, onde nós fizemos durante 40 anos as festas de São Francisco voltadas para os mais pobres. A presença maciça do nosso povo de todos os bairros e de todos os instamentos sociais mostra como ela inspirava as pessoas e como o nosso amor por Curitiba e o nosso amor mútuo era também reproduzido pelas pessoas como um parâmetro de fazer o bem”, disse.

Greca pontuou os 50 anos de união entre eles. “Só fez bem a minha alma e eu sou muito orgulhoso dela. Mas ela, no leito de morte, ainda me disse, eu estou muito contente com você. Só isso pode aliviar essa minha dor”, disse. Ele ressaltou que “contando histórias e a história da Margarita, pioneira dos direitos da mulher no Brasil, com a casa pousada de Maria para mulheres vítimas de violência, pioneira na distribuição de preservativos para os doentes de AIDS, até nos lugares de má fama da cidade, pioneira na defesa dos muito velhos, dos abandonados, nada cortava mais o seu coração (…)”

O prefeito pontuou o pioneirismo da Primeira-dama no trabalho de resgate social, no primeiro restaurante de um real do Brasil e na pandemia pioneira das mesas solidárias gratuitas que agora são uma marca. “Eu pretendo constituir um fundo com o nome da minha Margarita para com isso alimentar muita gente e fazer, fornecer muita segurança alimentar para os mais desvalidos”, disse.

O prefeito lembrou o trabalho de Margarita em prol da cultura. “Ela achava que a beleza era uma função urbana, por isso esse prédio tão lindo, por isso essas obras de arte todas que nós juntamos e que vamos continuar juntando. E também o acervo que temos, que vamos um dia compartilhar com a cidade inteira”, disse. “Essa mulher de alma curitibana, mas também de alma romana, uma alma antiga que veio viver perto de mim, não só professora de História da Arte, foi também Mestra de Vida e professora de Humanidade. E por isso, eu estou aqui, com o coração na mão, dizendo à Curitiba muito obrigado”, disse.

Greca disse que Margarita não perdia um momento sem fazer o bem. “Como é que a gente deve lembrar da dona Margarita? O seu coração curitibano e o seu amor por Curitiba. Em cada ipê que floresce, em cada cerejeira que brota, em cada nova árvore que é plantada, em cada creche que é servida, em cada leito de hospital novo que se abre, em cada verba de saúde que se dispensa aos muito doentes”, disse

Margarita Sansone foi referência em diversas áreas

Margarita Sansone foi referência e pioneira em várias áreas, desde o social ao cultural, passando pelo jornalismo, circulando com desenvoltura por onde passou.

Nos últimos oito anos, ao lado do prefeito Rafael Greca, como primeira-dama de Curitiba, Margarita foi sempre um ponto de inspiração e de novas ideias para o prefeito.

Margarita deixou sua presença marcada pelo carisma e sensibilidade. Dedicou-se à poesia, à crônica e ao jornalismo, mantendo uma coluna semanal em vários jornais de Curitiba durante vários anos.

Era contemporânea e colega de artistas, intelectuais e jornalista da capital, de renomes nacionais, como Paulo Leminski, Paulo Vítola, Adherbal Fortes de Sá Júnior, Mussa José Assis, Manoel Carlos Karam e Eddy Antônio Franciosi. Arquitetos como Rodolpho Doubek, Oscar Mueller e Júlio Pechmann também integravam seu círculo de amigos.

Poliglota, falava inglês, espanhol, francês, catalão e italiano (a língua de seus avós Bamonte Sansone).

Esteve ao lado e foi inspiração para o prefeito Rafael Greca em toda a trajetória política dele, como vereador, deputado estadual e deputado federal, secretário de Estado do Paraná e ministro de Estado do governo Fernando Henrique Cardoso, bem como nas três gestões de Greca como prefeito de Curitiba (1993-1996 / 2017-2020 / 2021-2024).

Muito devota, visitou 18 vezes o Santo Papa João Paulo II, no Palácio Apostólico do Vaticano, por quem o casal tinha profunda admiração.