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O painel também relembra benfeitores que ajudaram a construir a identidade da igreja, que celebra os 70 anos de fundação da então Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. | Foto: Rodrigo Ricardo (Pascom Curitiba)

Neste domingo (15), além da tradicional Santa Missa, o Santuário do Sagrado Coração de Jesus também realizará a inauguração de um marco que destaca o papel da comunidade na renovação constante dos espaços do templo. Um painel em azulejo construído no interior da igreja, localizada no bairro Água Verde, em Curitiba.

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Criado para homenagear todos os que colaboraram com uma das campanhas de arrecadação, o painel também relembra benfeitores que ajudaram a construir a identidade da igreja, que celebra os 70 anos de fundação da então Paróquia do Sagrado Coração de Jesus. O templo, que teve a construção iniciada na década de 1950, foi elevado a Santuário arquidiocesano em 1999.


A instalação, que exibe folhas diversificadas e ricas em cores, tem como inspiração o Evangelho de São João: “Eu sou a videira e vós os ramos.” (Jo 15, 5). “Cada família que contribuiu pôde escrever o nome da família ou qualquer outra homenagem. Temos o nome de padres que já passaram pelo Santuário, dos bispos da Arquidiocese e dos Papas, desde a fundação da igreja”, enfatiza o padre Maurício Gomes dos Anjos, pároco-reitor do Santuário Sagrado Coração de Jesus.
Heranças da imigração italiana

O parreiral representado no painel conta a história do Santuário desde 1878, com a chegada dos imigrantes italianos. A Capela Imaculada Conceição, conhecida como Capelinha do Água Verde, foi construída 1879 pelos descendentes de imigrantes Luiz e Ana Moletta e deu início ao legado hoje firmado com a construção do Santuário, décadas depois.

Também podem ser vistas referências ao Lar dos Meninos de São Luís, que completou 100 anos de existência. “É uma história de tudo o que realmente compõe a trajetória do Santuário do Sagrado Coração de Jesus e que fascinam todo o painel”, completa o sacerdote.

Além dos imigrantes que originaram a comunidade, a obra também presta homenagens para todas as paróquias da Arquidiocese, de acordo com o padre Marcos. “Todas também foram aqui contempladas, porque todas fazem parte também da história do Santuário. É uma forma também de valorizar as paróquias da Arquidiocese”, conta.
Obras dos vitrais

O painel compõe a fase final de uma obra de maior porte: um grande Vitral que hoje destaca a fachada do Santuário curitibano, que também ganha destaque em todo o estado, de acordo com o padre. “É o maior vitral que temos em igrejas do Paraná”, relata. A campanha de arrecadação e a obra tiveram início em 2016, após a dedicação do templo, realizada em novembro do mesmo ano.

Com o término dos vitrais, a comunidade do santuário abraçou uma nova campanha, desta vez para a confecção de um mosaico no presbitério, que foi entregue junto aos vitrais laterais da igreja, que compõem os vitrais centrais, construídos na coleta anterior.
Origens do prédio que abriga o Santuário

A construção do templo do Sagrado Coração de Jesus remonta ao início da Paróquia, criada em 25 de junho de 1954. No início, a comunidade enfrentou o processo para substituir a pequena igreja matriz por um templo que atendesse ao grande desenvolvimento do bairro. Em julho de 1959, teve início a construção da atual igreja, que é uma das maiores da capital paranaense.
No início, a comunidade enfrentou o processo para substituir a pequena igreja matriz por um templo que atendesse ao grande desenvolvimento do bairro. Em julho de 1959, teve início a construção da atual igreja, que é uma das maiores da capital paranaense. | Foto: Rodrigo Ricardo

A construção é uma inspiração do engenheiro Euro Brandão (1924-2000). Autor de projetos arquitetônicos importantes da capital, como o prédio que abriga o Museu do Expedicionário, no bairro Alto da XV, Guido também foi o artista plástico responsável pelo painel da Via Sacra da Paróquia Universitária Jesus Mestre, da PUCPR. Além disso, enquanto católico, seu espírito de fé o levou a fundar, em 1993, a Associação Brasileira de Artistas Cristãos.

Ao longo dos anos, o prédio que abriga o Santuário passou por modificações importantes, de acordo com o padre. “Algumas adaptações foram feitas para que atendesse também tudo o que se pensava como necessário para o templo sagrado”, afirma.