Décima colocada nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, a seleção brasileira de rúgbi feminino, denominada de Yaras, vai ser dirigida pela primeira vez na história por uma mulher em sua missão de evoluir ainda mais na modalidade. Nesta segunda-feira, a neozelandesa Crystal Kaua foi anunciada para a vaga do britânico Will Broderick.

Crystal, de 40 anos, chega sem muito tempo para trabalhar suas ideias na seleção brasileira, pois já tem competição oficial no fim do mês. A estreia oficial vai ocorrer no dia 26, com a disputa do Campeonato Sul-americano de Rugby Sevens, em Lima (Peru). O calendário ainda traz, no fim de novembro, o começo da nova temporada do Circuito Mundial de Rugby Sevens (SVNS), em Dubai (Emirados Árabes Unidos).

A treinadora iniciou sua carreira no Mie Paerls (Japão), integrou a comissão técnica da Nova Zelândia em 2021 e 2022 e passou os últimos quatro anos no Chiefs Manawa (Nova Zelândia), onde se sagrou vice-campeã nacional na última temporada. Ela chega ao Brasil empolgada em realizar um grande trabalho.

“Estou empolgada e honrada por assumir essa posição nas Yaras e contribuir com o rúgbi brasileiro. É um desafio ímpar e uma grande oportunidade de construir estruturas sólidas para a equipe”, disse Crystal. “Vejo um potencial incrível nas atletas: elas têm coração, vigor físico e vontade de se testarem até o limite. É um grupo que busca novos desafios e quer mostrar um jogo cada vez mais veloz, imprevisível e aberto. Tenho o objetivo de ajudar a abrir portas e darmos um passo adiante, sendo ainda mais competitivas contra as melhores seleções do mundo.”

Integrante do programa de desenvolvimento de treinadoras para o alto rendimento da World Rugby, sob a mentoria do compatriota Wayne Smith, ex-comandante dos All Blacks, a seleção masculina da Nova Zelândia, Crystal será a segunda treinadora de uma seleção de elite da modalidade, ao lado dos Estados Unidos.

“Ser uma das primeiras mulheres a dar esse passo e assumir uma equipe do Circuito Mundial tem um significado imenso. É uma honra, mas também uma grande responsabilidade. Espero inspirar as atletas e todas as mulheres que desejam seguir carreira no rúgbi. Juntas, representaremos o Brasil com muito orgulho no cenário internacional”, afirmou.

“É um momento empolgante e desafiador do nosso rúgbi, especialmente para as Yaras. Estamos montando um grupo numeroso e forte de atletas, que sejam capazes de se dividirem entre o rugby sevens e o XV, após a classificação inédita da equipe de XV para a Copa do Mundo de 2025”, relatou Josh Reeves, coordenador técnico das seleções brasileiras. “Será um trabalho duro, com duas comissões técnicas trabalhando em conjunto para que tenhamos as melhores jogadoras para cada modalidade”, completou, mencionando que a seleção de XV terá o comando do uruguaio Emiliano Caffera.